“É difícil pensar em futebol. O exército russo está a matar ucranianos todos os dias”

Yarmolenko, avançado ucraniano do West Ham, marcou no triunfo sobre o Aston Villa e festejou em lágrimas.

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Yarmolenko, de joelhos e rosto tapado após marcar pelo West Ham Reuters/ED SYKES

De joelhos, em lágrimas, com as mãos ao alto e depois a cobrir o rosto enquanto era rodeado pelos colegas e celebrado pelo público. Foi como Andryi Yarmolenko festejou, neste domingo, o golo que marcou pelo West Ham United, no triunfo (2-1) sobre o Aston Villa. Um golo de especial significado para o avançado ucraniano de 32 anos, com uma dedicatória que não podia ser outra, os seus compatriotas que enfrentam uma invasão russa há mais de duas semanas.

“Foi um momento muito emocional para mim por causa do que está a acontecer no meu país. É difícil pensar em futebol porque o exército russo está a matar ucranianos todos os dias”, diria Yarmolenko no final do jogo à Sky Sports. Mas o avançado ucraniano encontrou forças para entrar em campo aos 52’ e, 18 minutos depois, marcar o golo que desfez o nulo no Estádio Olímpico de Londres.

“Desde 26 de Fevereiro, tive de parar quatro dias porque era impossível treinar. Só pensava na minha família e no meu povo, mas tentei dar tudo em campo”, acrescentou Yarmolenko, que nasceu em São Petersburgo, ainda quando a cidade se chamava Leninegrado, mas só viveu lá até aos três anos, acompanhando os pais ucranianos no regresso à Ucrânia após a queda da União Soviética.

Yarmolenko, de 32 anos, é um de três jogadores ucranianos na Premier League – os outros dois são Zinchenko, do Manchester City, e Mykolenko, do Everton. Está na sua quarta época ao serviço dos “hammers”, depois de quase uma vida inteira a brilhar com a camisola do Dínamo Kiev, principal equipa de uma cidade agora sob cerco russo.

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