Sp. Braga entrou e saiu com golos no triunfo sobre o Mónaco

Vitória deixa os minhotos em vantagem nos oitavos-de-final da Liga Europa. Primeira parte frenética justificou, por si só, o bilhete.

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Reuters/MIGUEL VIDAL

Uma abertura em grande, para prender o espectador à cadeira, e uma despedida a condizer, para uma ovação à saída. Na sala de espectáculos mais nobre do futebol bracarense, o Sp. Braga impôs-se nesta quinta-feira ao Mónaco, por 2-0, e vai partir em vantagem para a segunda mão dos oitavos-de-final da Liga Europa, dentro de uma semana.

A entrada dos minhotos foi promissora. Aos 2’, Abel Ruiz começou por ameaçar de cabeça, na sequência de um canto, para de seguida, na segunda leva, aproveitar um ressalto e inaugurar o marcador. O espanhol, que desta vez relegou Vitinha para o banco, mostrava ao que vinha.

Era o tiro de partida para uma primeira parte electrizante, com oportunidades (várias) para ambas as equipas, com defesas de qualidade e grande facilidade, de parte a parte, em acelerar o jogo.

Organizado em 3x4x2x1 (que foi muitas vezes um 4x1x3x2, por força do posicionamento ousado de Rodrigo Gomes, à esquerda), o Sp. Braga mostrou os habituais atributos em ataque rápido e conseguiu, em vários lances, tirar partido das dificuldades do Mónaco na transição defensiva. Até porque aos franceses não bastava a dimensão física de Tchouaméni e Matazo para mitigar os desequilíbrios no momento da perda.

Logo depois do golo inaugural, Iuri Medeiros esteve próximo do 2-0 e o mesmo aconteceria, mais tarde, com Al Musrati, Ricardo Horta (a bola chegou a bater no poste) e Rodrigo Gomes. Muito incisivos em posse, os minhotos revelaram especial facilidade em chegar ao último terço e em encontrar espaço para alvejar a baliza de Alexander Nübel, alemão de 1,93m que junta à envergadura uma agilidade invulgar.

Do lado contrário, o Mónaco (com um “onze” em que a média de idades era idêntica à do rival, 24,3) revelava-se também perigoso com bola e atrevido no posicionamento. Gelson Martins, Kevin Volland e Jean Lucas surgiam nas costas de Ben Yedder, num 4x2x3x1 que se desdobrava com facilidade e que deixou os franceses algumas vezes na cara de Matheus. Em duas delas, a bola acabou mesmo no fundo da baliza, mas o VAR ajudou a invalidar os lances por fora-de-jogo de Gelson Martins (picou a bola sobre o guarda-redes) e Ben Yedder (cabeceou entre os centrais).

O goleador francês, de resto, já tinha perdido um frente a frente com Matheus e o mesmo aconteceu com Gelson aos 50’, após passe milimétrico de Jean Lucas. Era o mote para um segundo tempo de maior protagonismo ofensivo do Mónaco, impulsionado pela entrada de Golovin (maior critério com bola) e pela segurança oferecida por Badiashile (lançado ao intervalo) na última linha.

Mais numa lógica de regeneração física do que propriamente de tentativa de mudança das dinâmicas, Carlos Carvalhal fez uma tripla alteração aos 65’ e uma dessas substituições acabou por ter impacto no resultado. Abel Ruiz deu lugar a Vitinha e o jovem avançado, a um minuto dos 90, cabeceou com sucesso após cruzamento de Fabiano (que começou o encontro como central do lado direito e terminou como lateral).

Era um prémio que chegava com quase 45 minutos de atraso, já que na segunda metade o Sp. Braga pouco mais foi do que inofensivo e viu o adversário controlar as operações com bola, para terminar com 62% de posse. Uma prova evidente de que a iniciativa no futebol, por si só, não ganha jogos. Metade do trabalho, ou um pouco mais do que isso, está concluído — falta a confirmação no principado, dentro de uma semana.

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