Descolonizar a Europa com a subtileza da memória

Com curadoria de António Pinto Ribeiro e dos artistas Katia Kameli e Aimé Mpane, a exposição Europa Oxalá, na Fundação Gulbenkian, em Lisboa, reúne obras de um conjunto de artistas europeus, cujos pais e avós nasceram ou viveram no Continente Africano.

Foto
"Falling Thrones" (2019) de Márcio Carvalho Rui Gaudêncio

Aimé Mpane, Aimé Ntakiyica, Djamel Kokene-Dorléans, Mohamed Bourouissa, Mónica de Miranda, Sabrina Belouaar, Kati Kameli, Sandra Mujinga, Sara Sadik são todos artistas afro-europeus e integram a exposição Europa Oxalá, que está desde ontem na Galeria Principal da Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa. A lista de participantes não termina aqui, no total são 21, e apresentam trabalhos nas mais diversas linguagens, oferecendo aos visitantes um retrato triplo. O que quer isto dizer? Que podem ver-se obras representativas de uma arte, de uma identidade e de um território. O título, Europa Oxalá é esclarecedor, na sua riqueza semântica. Tanto remete para a expressão árabe Insha’Allah (“se deus quiser”), como para a prosaica “oxalá” que, nas palavras de António Pinto Ribeiro, um dos curadores da exposição – juntamente com os artistas Katia Kameli e Aimé Mpane –, “traduz uma ideia de futuro, de algo que vai acontecer, uma ideia de futuro em construção”.

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