Uma exposição d’O Principezinho que mostra um autor (também) ilustrador

Está no Museu de Artes Decorativas de Paris e mostra ilustrações originais feitas pelo autor do livro, Antoine Saint-Exupery — a concretização de um objectivo, para um artista que duvidava do seu talento.

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EPA/CHRISTOPHE PETIT TESSON

Uma exposição em Paris está a mostrar, pela primeira vez no país de origem do autor, um manuscrito d'O Principezinho, de Antoine de Saint-Exupery, acompanhado de dezenas de desenhos que mostram o talento do autor para a ilustração. O manuscrito francês de Le Petit Prince, um dos livros mais traduzidos do mundo, é detido pela Morgan Library & Museum, em Nova Iorque, onde Saint-Exupery escreveu o romance, em 1942.

A exposição tem também aguarelas e desenhos, bem como fotografias e trechos de cartas que mostram que Saint-Exupery era um artista gráfico prolífico com queda para a escrita. “É emocionante ver como Saint-Exupery precisava de desenhar para se expressar. Ele é conhecido como escritor e aviador, mas aqui descobrimo-lo também como ilustrador”, refere Anne Monier Vanryb, curadora do Museu de Artes Decorativas de Paris.

A exibição mostra esboços do principezinho com um cão, um periquito e um caracol, ao invés da raposa retratada na história, bem como desenhos originais das personagens da história. Há ainda cartas de Saint-Exupery para a mãe, pedindo-lhe a sua opinião acerca dos desenhos e expressando algumas dúvidas sobre se seriam suficientemente bons.

EPA/CHRISTOPHE PETIT TESSON
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REUTERS/Benoit Tessier
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“Saint-Exupery estava muito orgulhoso de na capa do livro se ler que os desenhos eram da autoria do escritor, uma vez que sentiu a concretização de um objectivo ao ilustrar o próprio livro”, aponta Monier Vanryb.

O livro foi publicado pela primeira vez em França, em 1946, depois da morte de Saint-Exupery, em 1944, quando o seu avião desapareceu durante uma operação de reconhecimento militar sob o Mediterrâneo. A exposição mostra também dezenas de edições estrangeiras d'O Principezinho, incluindo a mais recente tradução para a língua nativa de Rapa Nui, uma ilha remota na Polinésia. Há, agora, 498 traduções do conto, contabiliza Monier Vanryb.

“Escrita durante a Segunda Guerra Mundial, num contexto bastante sombrio, O Principezinho transmite uma mensagem de humanismo e esperança, que é algo com o qual todos nos conseguimos identificar”, diz.

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