Beach House: fantasia maculada

Os Beach House perdem-se de nós. Uma pena porque, despido de adiposidades, tínhamos aqui um belíssimo álbum.

Foto
Canção após canção, quadros indefinidos, imagens alinhadas como visões... David Belisle

A entrada é nada menos que irresistível. Mancha sonora em crescendo, mundo onírico a desenhar-se com sintetizadores evanescentes, um dedilhado folk melancólico e uma voz, aquela voz de Victoria Legrand entre a vigília e o sonho, a flutuar sobre o som, a bailar no passo das orquestrações. A entrada no novo disco dos Beach House faz-se com o tema título, Once Twice Melody, e mostra-nos uma banda agraciada pelo espírito de Lee Hazlewood, o das micro-sinfonias pop compostas para Nancy Sinatra, mas que o transporta para os ambientes sintéticos que a banda vem explorando desde Teen Dream, o terceiro álbum do duo, editado em 2010. Once Twice Melody é, declaradamente, a porta de entrada neste disco, o oitavo da discografia do grupo, no sentido em que define o cenário, o tom, o imaginário e o pulsar emocional da quase hora e meia seguinte. Tal não é novo na banda de Victoria Legrand e Alex Scally, diferente é a ambição, ou melhor, a dimensão daquilo que agora nos oferecem.

Os leitores são a força e a vida do jornal

O contributo do PÚBLICO para a vida democrática e cívica do país reside na força da relação que estabelece com os seus leitores.Para continuar a ler este artigo assine o PÚBLICO.Ligue - nos através do 808 200 095 ou envie-nos um email para assinaturas.online@publico.pt.
Sugerir correcção
Comentar