Benfica regressa aos triunfos em Tondela
“Encarnados” ganharam com relativa tranquilidade, tendo chegado ao intervalo já com dois golos de vantagem.
Não têm sido frequentes as vitórias do Benfica esta época, muito menos as vitórias convincentes. Dezassete dias tinham passado desde o último triunfo dos “encarnados” em 90 minutos (0-2 em Arouca), e quanto a vitórias convincentes e autoritárias, é uma questão de opinião. Depois de duas derrotas seguidas, a equipa de Nélson Veríssimo foi nesta segunda-feira convincente e autoritária no triunfo por 1-3 em Tondela, em jogo da 19.ª jornada da I Liga.
Muita coisa funcionou bem no Benfica, desde o entendimento entre Darwin e Ramos, a presença de Paulo Bernardo no meio-campo, ou a segurança dos centrais. Tudo somado deu uma vitória que repõe a diferença para o líder FC Porto em 12 pontos e para o Sporting em seis. Ainda parece muito, mas, com o “clássico” no Dragão no final da semana, o Benfica pode reduzir a distância para um dos rivais, ou para os dois.
Foi um jogo razoavelmente tranquilo para o Benfica, mas, ainda assim, não evitou uma entrada em falso no jogo. Logo no primeiro minuto, o Tondela teve uma aproximação muito perigosa e conseguiu colocar a bola na área, mas Boselli tentou um remate acrobático falhou completamente – tinha Agra nas suas costas em melhor posição para um remate mais convencional e com maior probabilidade de sucesso.
O Benfica conseguiu sacudir o nervosismo inicial e rapidamente começou a criar perigo junto da baliza de Trigueira. Aos 2’, lançado por Gonçalo Ramos, Darwin teve o golo nos pés, mas o guardião do Tondela fez bem a mancha e o lance perdeu-se.
A formação orientada por Pako Ayestarán ainda teve um ensaio de perigo, num contra-ataque que Agra conduziu até à linha de fundo. O extremo arrancou o cruzamento e Boselli, na pequena área, meteu a bola na baliza de Vlachodimos, mas o lance foi bem invalidado por fora-de-jogo do homem do Tondela que fez o cruzamento.
Praticamente no minuto seguinte, aos 23’ o Benfica chegou ao golo. O passe foi de Grimaldo que apanhou Everton Cebolinha na área, e o brasileiro foi competente na finalização. Era uma evolução natural num jogo dominado pelo Benfica, sempre com espaço para manobrar no seu meio-campo ofensivo (Paulo Bernardo quase sempre com boas decisões), sem que o Tondela tivesse um autocarro para impedir a sua progressão – nem é esse o estilo do técnico espanhol dos beirões.
E quando há um jogador como Darwin na frente, muitos dos problemas do Benfica desaparecem. De regresso ao “onze”, depois dos jogos da selecção, o uruguaio estava em todo o lado, tanto para distribuir, como para marcar. Aos 27, construiu uma jogada para Paulo Bernardo falhar e viu de perto aos 31’, um remate de longe de Cebolinha que Trigueira defendeu para a trave.
Logo a seguir, um golaço. Recebeu de Grimaldo na esquerda, veio para o meio e atirou para o 0-2, um regresso aos golos depois dos tais 17 dias tinham passado desde a última vitória. O uruguaio podia ter somado mais um, com um remate ao poste na conversão de um livre aos 38’. A fechar a primeira parte, de novo uma rara incursão do Tondela, em que Agra atirou ao lado após combinação com Boselli que o deixou na cara de Vlachodimos.
Era um aviso a que o Benfica procurou responder na segunda parte. Aos 53’, depois de um bom envolvimento do ataque “encarnado”, Everton descobriu Gonçalo Ramos e o jovem avançado soube desembaraçar-se dos defesas do Tondela e fazer o 0-3. Era uma vantagem tranquila que deixava o Benfica com confiança para o que restava do jogo.
A expulsão de Neto Borges aos 65’ (viu o segundo amarelo por pisadela a Darwin) deixou a “águia” ainda mais tranquila, talvez demasiado, como se viu pelo golo sofrido aos 88’ – defesa mal colocada e estática num canto, e Eduardo Quaresma aproveitou para fazer o 1-3 em cima da linha. Mas o essencial já estava mais do que garantido, uma vitória convincente e de reacção às últimas duas semanas, a mostrar que ainda há vida neste Benfica.