Repetente Medvedev decide título com o “tipo perfeito”

Rafael Nadal volta a derrotar um top-10 no Open da Asutrália.

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Medvedev feliz com a qualificação para a final do Open da Austrália Reuters/LOREN ELLIOTT

Pela segunda vez em quatro meses, Daniil Medvedev vai disputar uma final do Grand Slam com um adversário que procura conquistar um inédito 21.º título em majors. Depois de derrotar Novak Djokovic no derradeiro encontro do Open dos EUA, o russo enfrenta agora Rafael Nadal na decisão do Open da Austrália.

“Cada vez que Roger ou Rafa lesionam-se ouve-se ‘talvez seja o fim’ e vejam o Rafa aqui. Estou contente por ter a oportunidade de parar um deles de fazer história outra vez”, afirmou Medvedev, antes de comentar o comportamento de Nadal em contraste com o seu”: “Todos sabemos como é a mentalidade de Rafa. Não sei se o devo dizer desta forma, mas ele é o tipo perfeito.”

Em causa, estava o comportamento do número dois do ranking na meia-final, em que derrotou Stefanos Tsitsipas (4.º), por 7-6 (7/5), 4-6, 6-4 e 6-1. Medvedev foi advertido por “obscenidade visual” e iniciou uma discussão com o árbitro Jaume Campistol, chamando-o de “pequeno gato”, por não penalizar Tsitsipas, por causa do pai do jogador grego estar constantemente a dar instruções. Já no quarto set, a advertência apareceu, graças a outra árbitra, a grega Eva Asderaki, colocada muito perto de Apostolos Tsitsipas, que avisou o árbitro espanhol.

“Estava completamente fora de mim, descontrolado. É por isso que estou muito contente por ter ganho, porque em muitos encontros como este, fiz muitos erros, porque perdia a concentração em momentos quentes. Fico sempre arrependido, porque não é bonito, sei que todos os árbitros fazem o que podem… não lutamos com os punhos, mas o ténis é uma luta”, explicou Medvedev.

Tsitsipas nivelou o encontro durante três sets, sempre muito agressivo, a procurar fechar os pontos na rede – ganhou 29 em 43 pontos nessa zona do court –, mas essa táctica falhou quando serviu no terceiro set, a 4-5, e ganhou somente um ponto. O grego acusou o set cedido e quando sofreu novo break, a 1-3, a meia-final ficou decidida. Medvedev elevou o nível e perdeu somente dois pontos no seu serviço nessa partida, para repetir a final de 2021, perdida para Djokovic (triplo 6-4).

“Lembro-me da final aqui no ano passado. Mesmo sendo frente a um adversário diferente, vou tentar estar mais pronto, mais focado, mais lutador e dar tudo o que tenho em termos de ténis, físico, mental. Sabemos que o Rafa vai lutar o melhor que puder do primeiro ao último ponto e é isso que eu vou tentar fazer também” assegurou Medvedev.

Nadal lidera os duelos por 3-1, mas na memória de ambos está bem presente a épica final do Open dos EUA de 2019, a primeira do russo em majors. Medvedev recuperou de 0-2 em sets, mas perderia, ao fim de quatro e 51 minutos: 7-5, 6-3, 5-7, 4-6 e 6-4.

Nadal (5.º) lidou com o poder de fogo de Matteo Berrettini (7.º), que somou 38 winners, dos quais 14 ases, mas continua sem conseguiu derrotar um top-10 em Grand Slams. O vencedor do Open da Austrália de 2009 foi mais consistente e venceu, por 6-3, 6-2, 3-6 e 6-3. E logo as recordações da lesão no pé direito, que o afastaram dos courts durante os últimos cinco meses de 2021, vieram ao de cima.

“É espantoso e estou super contente por poder competir ao mais alto nível outra vez. Para mim, é mais importante ter a oportunidade de jogar ténis do que vencer o 21.º título”, disse o espanhol, que tinha perdido todos os duelos com top-10 nas últimas quatro edições do Open.

A final feminina, entre Ashleigh Barty e Danielle Collins realiza-se este sábado (8h30 em Portugal).

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