Shapovalov adia objectivo de Zverev

Ashleigh Barty continua imbatível no Open da Austrália.

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Shapovalov EPA/DEAN LEWINS

Foi em 2017, que Denis Shapovalov saiu do anonimato e com estrondo: com 18 anos, derrotou Rafael Nadal em Montreal e tornou-se no mais jovem semifinalista em torneios da categoria Masters 1000. Apesar dos progressos registados desde então e a entrada no top-10 no ano passado, foram precisos quatro anos e meio para Shapovalov voltar a derrotar um top-10. E logo no Open da Austrália e diante de Alexander Zverev, que tinha a possibilidade matemática de deixar Melbourne no topo do ranking.

O canadiano de 22 anos e actual 14.º na hierarquia mundial recorreu recentemente a Jamie Delgado, que antes acompanhou Andy Murray, para “limpar” o seu ténis de alto risco. E embora tenha somado 37 erros não forçados, incluindo 11 duplas-faltas, Shapovalov foi compensado por tomar a iniciativa na maior parte dos pontos e pela eficácia das muitas respostas ao serviço, terminando com 35 winners – contra 18 de Zverev – e 81% (22 em 27) de sucesso nos pontos decididos na rede.

“É provavelmente o último encontro em que eu esperava ganhar em três sets. Estou muito contente com o nível do meu ténis”, confessou Shapovalov, após vencer o número três do ranking mundial, por 6-3, 7-6 (7/5) e 6-3.

Zverev tem no serviço a sua melhor arma e só tinha cedido dois breaks nos nove sets que disputara esta semana; frente ao canadiano sofreu quatro breaks. O alemão destruiu a raqueta ao ceder o serviço no início do segundo set, mas foi quando perdeu os três primeiros pontos em que serviu no tie-break, que deixou de acreditar. “Cheguei aqui com o objectivo de ganhar e talvez chegar a número um, mas se jogo assim, não o mereço. Tão simples quanto isso”, admitiu Zverev.

O alemão já esteve numa final do Grand Slam, no Open dos EUA de 2020, mas continua com um registo pouco consentâneo com o seu lugar no ranking – está no top-10 desde 2017 – e, nos majors, soma apenas quatro vitórias em 19 duelos com adversários do top-20.

Agora Shapovalov vai ter de recuperar o máximo de energias para enfrentar Nadal (5.º). O espanhol avançou para os quartos-de-final, depois de vencer Adrian Mannarino (69.º), num encontro marcado pelo tie-break de 28 minutos e 30 pontos, cujo desfecho desanimou o francês. Nadal concluiu a partida inicial no sétimo set-point (e depois de anular quatro do adversário), para vencer, por 7-6 (16/14), 6-2 e 6-2. Matteo Berrettini (7.º) está na segunda semana pelo sexto major consecutivo e defronta Gael Monfils (20.º).

No torneio feminino, Ashleigh Barty venceu, por 6-4, 6-3, a norte-americana Amanda Anisimova (60.ª), que vinha de eliminar Naomi Osaka. A líder do ranking, que ganhou todos os 16 sets realizados em 2022, vai decidir um lugar nas meias-finais com Jessica Pegula (21.ª), que afastou Maria Sakkari (8.ª), por 7-6 (7/0), 6-3.

Barbora Krejcikova (4.ª) e Madison Keys (51.ª) discutem o outro lugar nas “meias”, depois de cederem somente quatro jogos a, respectivamante Victoria Azarenka (25.ª) e Paula Badosa (6.ª).

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