Anisimova divertiu-se muito às custas de Osaka

A norte-americana contrariou as expectativas de um duelo entre as duas principais favoritas no Open da Austrália.

Foto
EPA/DEAN LEWINS

Amanda Anisimova estava a caminho do topo do ténis mundial, quando, em Agosto de 2019, a morte do pai complicou o seu destino. Passados dois anos e meio, a norte-americana só quer divertir-se quando entra no court, onde continua a mostrar que tem qualidade para estar entre as melhores, nos maiores torneios. Como o Open da Austrália, onde, na noite de sexta-feira, a tenista de 20 anos somou mais uma vitória sonante, diante de Naomi Osaka. Meses antes de perder o pai, Anisimova tinha derrotado Simona Halep, em Roland Garros, quando também ela era a campeã em título, antes de perder com Ashleigh Barty… a sua próxima adversária em Melbourne.

“Mal entro no court só penso em divertir-me. Cada dia aqui é uma oportunidade espantosa e uma experiência para mim. Estou muito agradecida por jogar neste court e estou a divertir-me”, explicou Anisimova (60.ª no ranking), depois de derrotar Osaka (14.ª), por 4-6, 6-3 e 7-6 (10/5), a sua sétima vitória sobre uma jogadora do top 20. Mas antes da conclusão, ao fim de 2h15m, a norte-americana teve de salvar dois match-points, quando no terceiro set servia a 4-5. O mérito é do novo treinador, Darren Cahill, que a tem ajudado a manter-se calma e não arriscar em demasia.

“Naomi joga sempre bem, é uma grande campeã, por isso, sabia que tinha de elevar o meu nível de jogo e tentar ser agressiva. Acho que foi isso que comecei a fazer no segundo set”, resumiu Anisimova, que terminou o encontro com 46 winners (incluindo oito na resposta ao serviço), contra 21 de Osaka (zero a responder), cometeu 44 erros directos, menos um que a japonesa, e ganhou 61% dos pontos discutidos com o segundo serviço, mais do que os 52% da adversária.

Osaka também foi eliminada no último US Open após ganhar o set inicial, então frente à Leylah Fernandez. Desde esse encontro em Setembro, a japonesa não competiu até final do ano, mentalmente saturada, e após o Open vai cair para o 84.º lugar do ranking, mas não se mostra arrependida. “Foi uma escolha minha. Sei que vou competir durante todo este ano e com a melhor atitude de sempre”, frisou a bicampeã do US Open (2018 e 2020) e Open da Austrália (2019 e 2021).

Anisimova será a adversária de Barty nos oitavos-de-final, num duelo entre duas tenistas que chegaram ao Open com títulos conquistados este ano. A número um do ranking mundial levou somente 61 minutos para vencer a italiana Camila Giorgi (33.ª), por 6-2, 6-3.

Outra jovem, a ucraniana de 19 anos, Marta Kostyuk (66.ª) também confirmou o seu potencial ao obrigar a amiga Paula Badosa (6.ª) a jogar mais de duas horas e a necessitar de cinco match-points para vencer, por 6-2, 5-7 e 6-4, sob temperaturas superiores a 30 graus.

Além das jovens, outros veteranas se mantêm em prova, como Victoria Azarenka (25.ª), que arrasou Elina Svitolina (17.ª): 6-0, 6-2, em 67 minutos. A bielorrussa de 32 anos, campeã em Melbourne em 2012 e 2013 – anos em que ocupou o topo do ranking mundial –, só teve dificuldades no derradeiro jogo, quando precisou de seis match-points para concluir.

Azarenka chega aos oitavos-de-final com somente nove jogos cedidos, para defrontar Barbora Krejcikova (4.ª), que venceu o embate entre campeãs de Roland Garros. A checa, detentora do título francês, teve de recuperar de 2-6, 1-3, e sobreviver a 40 winners de Jelena Ostapenko (27.ª), para ultrapassar a letã, vencedora em Paris em 2017, por 2-6, 6-4 e 6-4.

No quadro masculino, Rafael Nadal (5.º), de 35 anos, cedeu um set a Karen Khachanov (30.º), mas avançou para os oitavos onde vai defrontar Adrian Mannarino (69.º), um ano mais velho. Gael Monfils (20.º), de 35 anos, continua sem ceder um set e será o adversário do sérvio Miomir Kecmanovic (77.º), que continua a fazer questão em deixar orgulhoso o seu compatriota Novak Djokovic – que devia ter defrontado na primeira ronda.

Matteo Berrettini (7.º) travou Carlos Alcaraz (31.º), mas só ao fim de quatro horas é que impediu a recuperação total do teenager: 6-2, 7-6 (7/3), 4-6, 2-6 e 7-6 (10/5). Berrettini vai discutir um lugar nos quartos-de-final com outro espanhol, Pablo Carreño Busta (21.º), enquanto no outro “oitavo”, Alexander Zverev (3.º) defronta Denis Shapovalov (14.º).

Sugerir correcção
Comentar