Na Turquia, existe um festival de luta de camelos — activistas criticam abusos

Activistas dizem que animais são abusados e feridos durante o Festival Internacional de Luta de Camelos, que já vai na 40.ª edição e arrasta multidões.

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Depois de ornamentados, os camelos são levados para uma arena, onde se espera que lutem entre si. Reuters
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Um festival tradicional de luta de camelos na Turquia ocidental, que atrai milhares de pessoas todos os anos, está a receber críticas de activistas pelos direitos dos animais, que dizem que os grandes ruminantes são abusados e feridos durante o evento.

O 40.º Festival Internacional de Luta de Camelos realizou-se em Selcuk, parte da província de Izmir, no domingo, com 152 camelos com selas, panos ornamentais e bordados de vários padrões e cores nas suas bossas e pescoços.

Os camelos são levados para uma arena de areia para lutarem uns com os outros, com árbitros e outras pessoas por perto, e usam açaimes para prevenir que mordidas. Milhares de pessoas montam mesas e cadeiras numa colina adjacente à arena e fazem churrascos, comem e bebem enquanto observam os animais.

Os activistas dos direitos dos animais consideram o evento uma "imagem de vergonha". Já os donos dos camelos entendem o festival como sendo "algo que se faz com amor". Reuters
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Para Gulgun Hamamcioglu, representante de Izmir da Federação dos Direitos dos Animais (HAYTAP), incitar animais a lutarem entre si é um “grande crime”. “Vês um animal, um ser vivo a lutar à tua frente e ele está a sofrer, está ferido e talvez até se matem uns aos outros. As pessoas gostam disso e talvez tenham lucro financeiro”, disse. “Por favor, vamos parar esta imagem de vergonha, esta cena que nos envergonha da humanidade”, acrescentou Hamamcioglu.

Mehmet Falakali, ex-chefe do gabinete de Selcuk do Ministério do Turismo, disse que os camelos não se conseguem magoar seriamente e que havia pessoal para os separar, se os confrontos se tornassem demasiado intensos. “As pessoas que são encarregadas de separar os camelos afastam-nos quando o árbitro vê um [desenvolvimento negativo]”, disse. “Não há nada de quebrar os cascos uns dos outros ou morderem-se”, acrescentou Falakali, que ajudou a organizar o festival durante os últimos 35 anos.

Necip Cotura, que tem três camelos e participa no festival como hobby, disse que o evento era uma tradição de longa data. “É algo que se faz com amor. Não é uma luta, é luta livre - tal como os humanos fazem”, disse.

Yahya Yavuz, outro participante, disse que a sua família cuida dos seus quatro camelos como filhos e que os camelos não fariam mal aos outros.

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