Morreu Magawa, o rato “herói” que detectava minas no Camboja

Com oito anos e reformado, Magawa morreu este fim-de-semana. Tinha recebido uma medalha pela sua bravura e dedicação a descobrir minas no Camboja.

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Reuters/CINDY LIU

Conquistou o mundo depois de ganhar uma medalha pela sua bravura e dedicação e agora, com oito anos e já reformado, Magawa, o rato que detectava minas no Camboja, morreu.

A notícia foi avançada pela Apopo, uma organização belga que se dedica a treinar ratos, à qual Magawa pertencia: “É com o coração partido que partilhamos a triste notícia que o nosso herói Magawa morreu pacificamente este fim-de-semana. Magawa estava bem de saúde e passou a maioria da semana passada a brincar com o seu entusiasmo habitual, mas, à medida que o fim-de-semana se aproximava, começou a abrandar, a dormir mais e a mostrar menos interesse na comida.”

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Magawa, da espécie Cricetomys gambianus, estava reformado desde o ano passado e terá sido o herói mais bem-sucedido da Apopo, disse a organização. Em 2020, demorou 30 minutos a fazer o que um humano demoraria, pelo menos, quatro dias a fazer: percorreu uma área equivalente a um campo de ténis para encontrar minas.

No Camboja, onde se estima que décadas de conflito tenham deixado entre quatro a seis milhões de minas enterradas, ajudou a “limpar” mais de 225 mil metros quadrados de território, tendo encontrado mais de cem explosivos, refere a Apopo.

Foi assim que se tornou no primeiro rato a receber uma miniatura da medalha de ouro PDSA (People’s Dispensary for Sick Animals), equivalente à Cruz de Jorge (a mais alta condecoração civil no Reino Unido) para animais — tornando-se no primeiro rato a receber este prémio na história da PDSA.

Nascido em Novembro de 2013 na Universidade de Agricultura de Sokoine, na Tanzânia, onde aprendeu a encontrar explosivos a partir do cheiro, Magawa morreu depois de uma vida de herói.

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