Cartas ao director

Marinha

Digo Marinha e não vice-almirante Gouveia e Melo porque a primeira é consideravelmente mais importante para Portugal que o segundo. A Marinha teve um papel primordial no passado e, dentro do meu curto entendimento, tem e terá um protagonismo cada vez maior no futuro, uma vez que somos um dos países no mundo com maior soberania marítima. Há que estimá-la e apoiá-la. Foi por isso com perplexidade que ouvi a mensagem de despedida do actual CEMA: “...deixo a Marinha não por vontade própria.” Não venho aqui questionar o mérito de Gouveia e Melo mas Mendes Calado não é o actual CEMA por acaso. Fica a impressão que a eficiência e a discrição não é premiada, antes pelo contrário. E Mendes Calado sai porque a conjuntura política cegou perante o brilho repentino e ofuscante de Gouveia e Melo. Resta saber se a Marinha saiu beneficiada.

José Pombal, Vila Nova de Gaia

Confusão nos testes covid

O Governo determinou que passa a ser obrigatório, para além da exibição do certificado de vacinação, um teste negativo à covid-19, no acesso a hotéis, restaurantes e locais de espectáculo, a partir de ontem, mas esqueceu-se de que fossem garantidas condições a todos para os adquirirem numa qualquer farmácia em tempo útil. É que desde Novembro os agendamentos na generalidade, para não dizer quase a 100% das farmácias abrangidas, estão preenchidos. Para agravamento da situação, não estão garantidos testes em número suficiente para todos os eventualmente repescados e existe a obrigatoriedade de ter a certeza que, quem agendou, aparece mesmo que atrasado, a não ser que tenha tido o bom-senso de comunicar desistência. Os testes são válidos por 48 horas, mas contam a partir da hora de admissão na plataforma e não no momento do resultado, duas horas depois de realizados, o que em termos de aperto dessas 48 horas só complica. Será que o Governo não teve a noção de que estes testes, obrigatórios de última hora, iam dar tamanha confusão? E se tiver noção dessa confusão será que vai persistir nela?

Eduardo Fidalgo, Linda-a-Velha

“Um mundo de tantos de nós”

Tinha 16 anos quando naquele distante mês de Dezembro de 1969 saiu o primeiro número da revista de âmbito musical Mundo da Canção. Apaixonado pela música pop de expressão anglo-americana e de expressão italiana e francesa – e não só, visto apreciar, de certo modo, os intérpretes portugueses de baladas de intervenção que subliminarmente já ameaçavam a estrutura política do regime – foi com satisfação que, ao tempo, adquiri o primeiro número do Mundo da Canção e quase todos os números subsequentes que saíram ao longo dos anos. Ainda bem que Nuno Pacheco no seu artigo “Quando um mundo de canções nos bateu à porta pelo Natal” (PÚBLICO, 23 de Dezembro) nos trouxe a agradável novidade da saída, para breve, de uma revista comemorativa dos 50 anos do Mundo da Canção. Na verdade, esse mundo contribuiu para, de certa maneira, forjar a minha sensibilidade e os meus gostos musicais e, deste ponto de vista, foi um mundo que também foi meu.

António Cândido Miguéis, Vila Real

Porque é que o reforço da vacina está a correr mal?

Não é novidade que a aplicação da dose de reforço da vacina covid-19 está a correr mal. Será porque na DGS não sabem aplicar o esquema construído pelo vice-almirante Gouveia e Melo? Ou será porque o que querem é inventar e substituir algo que funcionou muito bem por algo diferente? Se fosse esta a razão, não ficava admirado porque é típico de Portugal, mas ficava sim muito revoltado. Na verdade, o que gostava mesmo, era de saber a verdadeira razão para o que está a acontecer.

Manuel Morato Gomes, Senhora da Hora

Covid e telescópio

Estive a ler com muita atenção e interesse as duas páginas do PÚBLICO de sexta-feira, dedicadas ao lançamento do telescópio James Webb, que custou a módica quantia de 9000 milhões de dólares. Como ignorante assumido desses assuntos não deixo, no entanto, de perguntar qual o bem que esse feito traz para toda a humanidade, seja qual for a raça, a cor da pele e instrução. Não entendo como o homem não consegue contrariar a Natureza, evitando as verdadeiras catástrofes que nos atingem, provocando não só enormíssimos prejuízos materiais como também e principalmente a morte de milhares de seres humanos. Veja-se o que se passa presentemente, em todo o mundo com a covid. Vão-se fazendo tentativas para evitar o pior, alguma coisa tem resultado com o sacrifício de muita gente, mas o mal continua activo, com constantes nuances.

Carlos Leal, Lisboa

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