Pandemia adiou redução de sem-abrigo, diz Marcelo

Presidente da República visitou e serviu refeições num centro de acolhimento em Lisboa.

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Marcelo Rebelo de Sousa e Carlos Moedas visitaram um centro de acolhimento de pessoas sem-abrigo em Lisboa LUSA/MIGUEL A. LOPES

O Presidente da República admitiu este sábado que a pandemia de covid-19 adiou para depois de 2023 o objectivo de acabar com as situações das pessoas sem-abrigo. Marcelo Rebelo de Sousa falava aos jornalistas durante uma visita ao centro de acolhimento do Quartel de Santa Bárbara, em Lisboa.

“Apareceram trabalhadores da restauração, de outros serviços e precários. Isto fez com que as metas que se tinham apontado para 2023 ficassem mais para diante. Quanto mais para diante? Depende de quanto durar a pandemia”, afirmou o Presidente da República acompanhado pelo presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas.

Marcelo Rebelo de Sousa referiu que o primeiro objectivo da tarefa era “sensibilizar as pessoas” para a situação que “estava ao seu lado”, mas que “não viam”. Depois, prosseguiu, era preciso saber quantas pessoas estavam naquela situação e, por fim, articular com os municípios. “Pelo meio aconteceu a pandemia”, disse, referindo que, tal como a crise económica anterior, levou mais pessoas para as ruas e “mais novas”.

No centro do Quartel de Santa Bárbara, que acolhe 83 pessoas, Marcelo Rebelo de Sousa e Carlos Moedas serviram refeições. Questionado pelos jornalistas sobre qual o balanço do combate à pobreza, o Presidente da República referiu haver o “compromisso público de retirar da pobreza 230 mil pessoas, para já”, depois de ter havido um aumento do número de pessoas a viver no limiar da pobreza. “Trata-se de puxar para cima à medida que a economia vai para cima”, disse, notando que há “sobretudo pobreza crónica por causa da idade e da doença” e que essa “é mais difícil” de combater.

Já na mensagem de Natal, publicada esta manhã no Jornal de Notícias, o chefe de Estado apelou à sociedade e às entidades responsáveis para que se lembrem dos “mais pobres, doentes, vulneráveis, abandonados, esquecidos, excluídos, marginalizados”. Um apelo que Marcelo pretende que seja ouvido depois da época festiva.

“Que, no meio de tantas proclamações de médio e longo prazo, nos lembremos deles no curtíssimo prazo. Nestes dias – e deveriam ser todos de todos os anos – em que Natal, para eles, não significa o que simboliza para milhares e milhares de famílias reunidas num fim-de-semana longo de busca de uma parte do tempo perdido”, escreveu.

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