Cartas ao director

A vacinação no Pavilhão 4 da FIL

Tive oportunidade de me deslocar hoje ontem, pelas 13 horas, ao centro de vacinação que funciona no Pavilhão 4 da FIL, em Lisboa, para acompanhar um familiar que tinha a vacinação agendada. Encontrámos duas filas: Agendados e Casa Aberta. Como tenho 73 anos, e me foi dito que não havia limite para a Casa Aberta, coloquei-me nessa fila, cujo comprimento era igual ao da dos agendados, e fui vacinado.

Aspectos positivos: 1. Espaço amplo, abrigado; 2. Atendimento correcto e mesmo simpático; 3. Saímos cerca de uma hora e um quarto após termos entrado, o que é aceitável. Aspectos negativos: 1. Antes do atendimento de secretaria, as pessoas das duas filas são misturadas e atendidas por ordem de chegada. Por que é que existem então as duas filas? Não faz sentido. Quem agendou deve ter prioridade, senão não vale a pena agendar; 2. O enfermeiro que me vacinou não parecia saber qual a vacina que eu tinha apanhado. Fui eu que o informei; 3. Não há qualquer sinalética no exterior para informar o processo de chegar ao parque de estacionamento gratuito, que estava quase vazio.

Fernando Parente, Lisboa

O custo dos “tarefeiros"

As famigeradas cativações de João Leão não justificam por si só o recurso reiterado a médicos e enfermeiros “tarefeiros”. É que o Estado, seja lá por qual gaveta, acaba por desembolsar tanto ou mais do que se pagasse directamente a um bom número de profissionais afectos a hospitais e centros de saúde.

Aos “tarefeiros” até é pago um valor superior ao dos colegas do quadro que, lado a lado, respondem pelo seu trabalho dentro de uma hierarquia com maior rigor de exigência, mesmo no plano deontológico. Como se viu no PÚBLICO de ontem, todos os “tarefeiros” custaram no ano passado 138,5 milhões de euros e este ano a conta vai pelo mesmo caminho.

Então, como a lógica da poupança não se aplica ao caso, resta perguntarmo-nos quantas empresas floresceram neste mercado de oportunidade e se todos os decisores oficiais que influenciam semelhante estratégia estão verdadeiramente imunes a qualquer “quota” de simpatia para com tal processo de angariação, que decorre de carências artificialmente mantidas no tempo.

Eduarda Ferreira, Lisboa

1.º de Dezembro

Completaram-se ontem, dia 1 de Dezembro, 381 anos sobre a data em que o nosso país se libertou do domínio espanhol, o qual se materializou durante 60 longos anos.

Sendo o PÚBLICO considerado um jornal de referência em Portugal acho estranho que, tanto quanto me apercebi, tal efeméride não tenha sido objecto de um artigo de contextualização histórica ou, no mínimo, de uma referência, ainda que breve. Tal teria sido, com certeza, muito útil para a generalidade dos leitores. Anoto, no entanto, que o autor das palavras cruzadas não deixou escapar tal data ao escrever “O (…), cognome de D. João IV”.

Aproveito a oportunidade para sugerir que o PÚBLICO passe a incluir, nos respectivos aniversários, uma secção evocativa das datas mais importantes da história do nosso país.

Carlos Baptista da Costa, Lisboa

​Causas da pobreza

Assinalou-se recentemente o Dia Mundial dos Pobres, onde foram feitos apelos de combate à pobreza, que contrariamente às promessas já feitas inúmeras vezes, revestem-se de uma visão pouco ambiciosa, que não traduz o combate à pobreza, a não ser numa época como a que se aproxima, quando o combate à mesma não deveria deixar descansados aqueles que proferem discursos que não traduzem a prática.

A verdade é que quando ouvimos falar no aumento do custo de vida e nos fracos aumentos salariais, verificamos que o fosso entre os cidadãos mais abastados e aqueles que menos têm é muito grande, e não é com discursos vazios que vamos mudar esta triste realidade que afecta milhares de cidadãos, e que acaba por justificar a existência de instituições de apoio aos mais desprotegidos quando esta deveria ser a função dos organismos do Estado.

A pobreza tem muitas causas, não é um fenómeno novo, e só se combate quando houver vontade, não apenas através de casos isolados que ficam bem para a fotografia, e só têm maior visibilidade em épocas mascaradas de hipocrisia, mas numa aposta forte também na implementação de políticas que não estivessem dependentes da agenda político-partidária, mas cujo objectivo fosse comum a todos os actores sociais. 

Américo Lourenço, Sines

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