Mafalda Pires de Lima: “O kitesurf é uma adrenalina brutal”

A velejadora do Porto é um dos valores emergentes da vela portuguesa e pretende estar em 2024 em Paris, onde o kitesurf fará a sua estreia nos Jogos Olímpicos.

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Mafalda Pires de Lima DR

Vai ser uma das novidades e atracções dos Jogos Olímpicos de Paris, em 2024, e Mafalda Pires de Lima pretende ser uma das velejadoras que terão o privilégio de estar na estreia olímpica do kitesurf. Com uma ligação familiar à vela, a atleta do Porto, que faz ainda parte da equipa portuguesa que vai competir na SSL Nations Gold Cup, conta que encontrou no kitesurf uma modalidade “descontrolada e difícil”, o que a torna “fascinante”: “É uma adrenalina brutal.”

É um dos valores emergentes da vela portuguesa e, com uma forte ligação familiar ao mar e aos barcos, tem já, aos 23 anos, um currículo de respeito, no qual se destaca a conquista mais recente: no final de Setembro, na ilha da Fuzeta, em Olhão, tornou-se na primeira campeã nacional feminina de kitesurf.

A mudança da classe Laser para uma das modalidades de maior crescimento na vela aconteceu, explica Mafalda Pires de Lima, há dois anos, quando “o projecto [olímpico] foi aceite pela World Sailing” e era um “modelo misto”: “O Pedro Afonso tinha falado comigo, porque gostava de avançar e faltava uma rapariga.”

Sendo uma modalidade à qual já estava habituada – “É um desporto que toda a minha família pratica” -, a velejadora portuense aceitou o repto do atleta de Viana do Castelo, que em 2020 conquistou um terceiro lugar no Campeonato do Mundo, passando a dedicar-se a uma classe da vela que é “fascinante” por ser “muito mais descontrolada e difícil”.

“Nós à popa vamos a 35/40 nós e logo aí é uma adrenalina brutal. No treino posso cair, em média, umas 50 vezes. Chego a terra com nódoas negras, mas é muito divertido”, conta Mafalda Pires de Lima.

Apesar de até ao final do ano a sua prioridade ser concluir a licenciatura na Nova School of Business & Economics, Mafalda Pires de Lima diz que a preparação para os Jogos Olímpicos de Paris “está a correr bastante bem”.

Porém, adverte que a concorrência na modalidade é cada vez maior: “De ano para ano, aparecem novas velejadoras que estão a começar no kitesurf. No Campeonato do Mundo, do ano passado para este ano, houve uns dez novos países. Tem havido uma forte adesão pelo mundo fora ao kite.”

Para além do kitesurf, Mafalda Pires de Lima está ainda envolvida na SSL Nations Gold Cup, uma regata entre países de veleiros SSL47, monocascos one design de 47 pés, onde Portugal vai competir com tripulações da Estónia, Sérvia e Ucrânia - apuram-se os dois primeiros.

Mafalda Pires de Lima afirma que estar na competição é “uma responsabilidade por representar as velejadoras de Portugal”, mas também “um desafio pelo barco e pelo modelo de regatas”, que serão uma novidade para a velejadora portuense.

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