Pedro Domingos e Pedro Matos Gameiro. Biblioteca e Arquivo Municipal de Grândola

O podcast No País dos Arquitectos é um dos parceiros da Rede PÚBLICO.

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No 19.º episódio do podcast No País dos Arquitectos, Sara Nunes, da produtora de filmes de arquitectura Building Pictures, conversa com os arquitectos Pedro Domingos e Pedro Matos Gameiro. Ambos são amigos de longa data, têm o seu próprio atelier e construíram, em parceria, a Biblioteca e Arquivo Municipal de Grândola. Ao integrar a Rede Nacional de Bibliotecas Escolares e a Rede de Bibliotecas de Grândola, o edifício ocupa um lugar central na vivência cultural da cidade e propicia momentos de encontro e de partilha entre diferentes gerações.

Esta dupla de arquitectos já colaborou, em conjunto, em dois concursos, sendo que o da biblioteca foi o primeiro. Neste projecto, tal como o subsequente, existia uma vontade muito concreta de procurar uma dimensão intemporal, de modo a garantir que os próprios espaços sobrevivessem ao seu tempo. Apesar de terem de responder aos requisitos de um programa, os arquitectos acreditam numa “prática de resistência”. Como prova dessa versatilidade, desenvolveram uma proposta crítica a esse mesmo programa e o projecto conheceu duas fases distintas: “No fundo, para isso é preciso haver uma intencionalidade de gestão de projectos, de modo a criar uma resistência a uma imposição de regulamentos e de medidas. Esse trabalho de resistência dá muito trabalho. Às vezes é uma luta difícil, mas nesta obra confirmou-se que vale a pena”, sublinha o arquitecto Pedro Domingos.

Num primeiro momento foi construída a praça, onde se encontram as palmeiras, e, numa segunda etapa, desenvolveu-se a biblioteca. Aos arquitectos agradou-lhes, sobretudo, a ideia de que a biblioteca conseguisse “acolher um conjunto alargado de eventos, que vai muito para além do livro e da utilização tradicional da biblioteca”. Sabe-se ainda que a praça e o pátio não se encontravam abrangidos pelo programa, mas os arquitectos compreenderam que ambos os espaços seriam fundamentais para que “a biblioteca se construísse de forma plena”.

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O acesso ao edifício faz-se através de um conjunto de palmeiras que estruturam a renovada Praça da República, agora silenciada de todos os elementos conflituosos, que dela foram retirados para que o lugar “voltasse aos elementos simples” de outrora. Ou seja, os elementos geradores de ruído reorganizaram-se e passaram a integrar uma “lógica disciplinada”, de forma a “acompanhar o edifício sem estar contra ele” e “sem prejudicar o ambiente que se pretende para cada espaço”.

Com o objectivo de criar “uma espécie de antecâmara de entrada para a biblioteca”, as palmeiras, situadas na praça, foram o primeiro passo para “a actuação de escala”: “Toda esta ideia ligada à arquitectura mediterrânica – da procura da sombra e de um certo encantamento na busca de uma sucessiva descoberta, ao longo do edifício – tem muito a ver com a memória da Arquitectura do Sul. Esta arquitectura está sempre presente e faz parte da nossa bagagem cultural. Aliás, constrói-nos enquanto pessoas”, assinala o arquitecto Pedro Matos Gameiro. Para além disso, as palmeiras vêm conferir ordem à praça e apresentam “um primeiro tecto”, preparando o olhar para o que vem a seguir.

A relação da biblioteca com a envolvente assegura a transição de escalas no acesso aos vários espaços e a ausência de ruído lá fora prepara-nos para a partilha, que se estende para lá da leitura e dos livros: “Gostaria de imaginar que o livro, enquanto objecto físico, que apaixona tantos de nós, continuará a ser útil às pessoas no futuro e que nem tudo se transformará em algo mais imaterial (…). A Biblioteca de Grândola, especificamente, foi desenhada tendo em vista uma espécie de campo de acção alargado. Ou seja, ela ocupa um lugar central na cidade”, afirma Pedro Matos Gameiro.

Muitos dos momentos de encontro da biblioteca acontecem, precisamente, no pátio. Para os arquitectos, este é o “centro” a partir do qual o edifício se desenvolve “como uma extensão da cidade”. Pedro Domingos considera extremamente vantajosa “esta possibilidade de construir um programa a partir deste espaço demorado”, e as galerias, dispostas em redor do pátio, geram percursos que suscitam, mais uma vez, o silêncio, a protecção e a sombra.

Em todos os momentos do edifício, é visível a continuidade entre a praça e os espaços interiores que lhe sucedem. Apesar de Grândola não ser um território grande em extensão, existe um número elevado de pessoas que visita regularmente a biblioteca em busca de actividades diversas como exposições, feiras do livro, sessões de cinema, peças de teatro, concertos, oficinas, debates, bem como projectos de colaboração com escolas e outras instituições do concelho. Para além disso, os arquitectos mostram-nos como, ao longo dos anos, o Alentejo não só tem vindo a evidenciar o seu potencial arquitectónico, como também constatam que existe uma crescente vontade em povoar o território.

No final da entrevista, Pedro Matos Gameiro, foca-se na ideia de que “a arquitectura pode e deve construir lugares de absoluto prazer” e não é por acaso que tanto as pessoas que visitam este espaço, como os que aí trabalham mostram-se felizes “pela possibilidade de estarem na biblioteca”. Para ficarem a conhecer a arquitectura que constrói esses hábitos, a proposta destes espaços intemporais e o “carácter de espaço público da biblioteca”, ouçam a entrevista na íntegra.

No País dos Arquitectos é um dos podcasts da Rede PÚBLICO. Produzido pela Building Pictures, criada com a missão de aproximar as pessoas da arquitectura, é um território onde as conversas de arquitectura são uma oportunidade para conhecer os arquitectos, os projectos e as histórias por detrás da arquitectura portuguesa de referência.

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