Cartas ao director

Resultados do PSD: radiografia da partidarite

A vitória de Rui Rio contra uma parte importante da máquina do PSD veio pôr a nu um problema que não é exclusivo deste partido: o desfasamento entre as máquinas partidárias e os respectivos militantes e simpatizantes. No pós 25 de Abril a política feita por convicção e ideal foi sendo progressivamente  substituída pela politica calculista que permita navegar nas correntes dominantes, condição essencial para conseguir um bom lugar numa lista ou a colocação num qualquer organismo do Estado.

Para tal, a discussão de ideias, projectos ou simples opiniões foi sendo esbatida pela necessidade de evitar ser incómodo. Criaram-se bancos de favores, e a cunha já merecia figurar como monumento nas rotundas das vilas e cidades. O país transformou-se num enorme pântano de capelinhas onde patriarcas celebram o ritual da carne assada. Esta anquilosante doença da idade, a partidarite reumatóide, foi desta vez enfrentada por Rui Rio.

Como sabemos desde os Descobrimentos quem só navega com vento pela popa não consegue chegar longe, mas Rio talvez consiga agora bolinar para novos rumos que tragam ar fresco a um país que continua sem definir os seus desígnios colectivos. Registamos a coragem, esperamos pelas ideias.  

José Cavalheiro, Matosinhos

PSD e as bases

A arraia-miúda já deu provas em vários momentos da história que tem uma grande força para influenciar os destinos do país. Num paralelo com a actualidade, os resultados das directas para a eleição do líder do PSD, há indícios que mais uma vez isso poderá acontecer. Claro que não será o ‘sr. Augusto’ da mercearia o ministeriável para a economia ou o ‘sr. Manel' guarda-livros para as finanças. Em mais de 40 mil militantes deverá haver certamente alternativas à invariável moldura que ladeia Rui Rio nas suas aparições mediáticas. É preciso que apareçam e se lhes dê a notoriedade devida e comprovada.

José M. Carvalho, Chaves

Repor o PSD nos carris

As eleições internas no PSD dão muito que pensar. A imagem pública que tem resultado deste partido aponta para uma social-democracia minoritária, liderada por Rui Rio, e um aparelho secundado por um grande número de dirigentes, deputados e autarcas, que se mostram com ideias muito mais à direita e que terão escolhido Paulo Rangel para as corporizar e desse modo retirar o “perigoso” Rio da liderança do partido. Todas as abordagens apontavam para um Rio em perda e condenado a soçobrar perante esta sua direita cada vez mais agressiva. Falava aqui outro dia nas incógnitas que estas eleições poderiam esclarecer: quem mais é representativo no PSD? Aparentemente Rio tinha razão ao virar-se para o militante anónimo, confiante que seria esse que lhe poderia garantir a vitória. E pelos vistos até terá sido. Mas como explicar um partido com social-democracia escondida na base que só se expressa pelo voto, enquanto a grande maioria dos seus quadros aponta em sentidos opostos? Um partido tem de ser coerente no essencial da sua mensagem. O grande desafio de Rio é agora repor o PSD nos carris e mostrar que, de uma vez por todas, não é o que muitos queriam que ele fosse.

Eduardo Fidalgo, Linda-a-Velha

A oportunidade perdida do Benfica

No triste episódio do jogo entre o Belenenses e o Benfica, o que eu esperava do presidente do meu clube era que, quando foi claro que efectivamente só havia nove jogadores da parte do adversário, que ordenasse à equipa técnica a retirada de dois jogadores. Isso para mim representaria mais do que qualquer taça e engrandeceria o nome do clube. 

Quintino Silva, Paredes de Coura

Ainda o Belenenses SAD-Benfica

Ninguém ainda falou na estratégia que o Belenenses usou, e que podia fazer com que ganhasse o jogo.

Se por sorte ou por mérito, metesse um golo no início do jogo, poderiam de seguia lesionar-se dois jogadores e o jogo acabava com a vitória do Belenenses.

As leis do futebol têm de ser revistas e os jogos nestas condições terão de ser anulados e repetidos mais tarde.

 João Barão, Lisboa

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