Benfica acelerou a fundo para ir da aflição à goleada

“Encarnados” estiveram a perder com o Paços de Ferreira, mas responderam em força na parte final do encontro e estão nos oitavos-de-final da Taça de Portugal.

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Rafa marcou o terceiro golo do Benfica LUSA/MIGUEL A. LOPES

Ainda sofreu o Benfica na recepção ao Paços de Ferreira, nos 16 avos-de-final da Taça de Portugal, mas uma tremenda reviravolta de última hora permitiu aos “encarnados” continuarem vivos na competição. No Estádio da Luz, as "águias” impuseram-se nesta sexta-feira por 4-1 e podem agora dedicar-se a preparar o embate com Barcelona, para a Liga dos Campeões.

Jorge Jesus fez um pequeno bluff e guardou algumas fichas para o Barcelona, poupando Vlachodimos, Gilberto, Otamendi, João Mário e Yaremchuk. No “onze” do Benfica, a surpresa foi a estreia a titular de Gedson Fernandes. Na ausência de Lucas Veríssimo — operado ao joelho direito, em Barcelona —, Jesus confiou o posto do central brasileiro a André Almeida, preenchendo o corredor direito com a mobilidade do sérvio Radonjic, importante para travar as acções de Lucas Silva e Antunes, as duas maiores ameaças pacenses. Nos visitantes, de salientar a ausência de Eustáquio na equipa inicial e a presença de Nuno Santos, cedido pelo Benfica.

Dispostas as pedras no relvado, os “encarnados” procuraram activar Everton, com o brasileiro a reclamar a atenção dos defesas visitantes. As “águias” pareciam estar em posição de compactar o bloco pacense. Mas alguns preciosismos na definição dos lances e a serenidade dos homens da Capital do Móvel, suportada numa boa organização e na capacidade para lançar algumas ofensivas venenosas, deixaram o Benfica desconfortável, por vezes exposto. Ainda assim, foi Vekic, guarda-redes esloveno dos nortenhos, a brilhar com três defesas impressionantes a manterem o nulo na primeira parte. Na outra grande ocasião do Benfica, Rafa atirou ao poste.

Apesar das situações de aperto, o Paços de Ferreira não se encolhia, surgindo um par de vezes na área de Helton Leite, que teve de aplicar-se para evitar a emenda de Lucas Silva. O intervalo chegava com o Benfica a dever a si próprio um golo e o Paços a dever a Vekic a possibilidade de discutir a eliminatória na segunda parte.

No recomeço, quando tudo indicava que o dique dos “castores” estava mais perto de ceder, com a equipa cada vez mais junta e solidária nas tarefas defensivas, Nuno Santos introduziu uma nota inesperada alterando a narrativa da eliminatória, com um remate de pé esquerdo dentro da área. O Paços de Ferreira aproveitava o momento que se seguiu à substituição forçada, por lesão, de Radonjic para marcar com apenas sete minutos decorridos.

O Benfica precisava, a partir desse momento, de investir as últimas fichas para evitar males maiores. E Jorge Jesus, que ainda temeu nova contrariedade com o choque de cabeças entre Morato e Fávio Ramos, fez saltar do banco Pizzi e Taarabt, e, a menos de 20 minutos dos 90, também Seferovic e Gonçalo Ramos.

O jogo caminhava vertiginosamente para a fase do descontrolo emocional quando, já muito perto do minuto 80, Grimaldo colocou a bola no buraco da agulha na conversão de um livre que não deu quaisquer possibilidades de defesa a Vekic. Foi o início da derrocada pacense, consumada com um golo de cabeça de Seferovic (que cumpriu os primeiros minutos após longa paragem por lesão), aos 81’, um remate de Rafa de fora da área (87') e uma conclusão precisa de Everton (90+3'), já dentro da área.

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