Triunfo épico sobre Espanha mantém Portugal vivo no Europeu

Vitória obtida com golo a 13 segundos do fim deixa a selecção nacional na corrida por um lugar na final.

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Ângelo Girão, Rafa e Hélder Nunes no final da partida LUSA/ESTELA SILVA
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Gonçalo Alves frente a Xavi Malián LUSA/ESTELA SILVA
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Gonçalo Alves festeja um dos quatro golos que marcou LUSA/ESTELA SILVA
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O desalento português após um dos golos espanhóis LUSA/ESTELA SILVA
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Telmo Pinto num lance com Ferran Font LUSA/ESTELA SILVA
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João Rodrigues celebra o primeiro golo português LUSA/ESTELA SILVA
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O público, sempre entusiasta no apoio à selecção LUSA/ESTELA SILVA

Ainda falta uma jornada para terminar a fase de grupos, mas Portugal ganhou nesta quinta-feira um novo alento no Campeonato da Europa de hóquei em patins. Num jogo com várias cambalhotas no marcador, a selecção nacional venceu Espanha, por 10-9, com um golo a 13 segundos do fim, e enfrenta Andorra, na sexta-feira, com as hipóteses em aberto mas sem depender totalmente de si mesma para atingir a final do torneio.

Vamos pôr as coisas nestes termos: a menos de dois minutos do fim, Portugal perdia por 7-9 com uma das melhores selecções do mundo e estava obrigado a ganhar para poder acalentar o sonho de chegar à final da competição. O público que enchia o Pavilhão Multiusos de Paredes estava tenso e Espanha bastante confortável no jogo, a circular a bola e a obrigar o adversário a desgastar-se.

Mas o hóquei em patins tem destas coisas. A possibilidade de virar tudo do avesso num abrir e fechar de olhos. E Gonçalo Alves stickou quase do meio-campo aos 48’. E Rafa provocou um desvio que resultou no 9-9 aos 49’. E Rafa, autor de uma exibição de alto nível, apontou, ele próprio, o golo decisivo que levou os adeptos ao delírio. A 13 segundos do fim.

Puxemos o filme atrás. O filme de uma corrida feita de altos e baixos, de avanços e recuos, de entusiasmo e desalento. Portugal voltou a entrar mal no jogo, seguindo o guião dos encontros com Itália e França. Ignacio Alabart inaugurou o marcador antes de cumprido o primeiro minuto, mas desta feita a reacção portuguesa foi quase imediata, com João Rodrigues a empatar aos 3’.

O cenário repetiu-se entre os minutos 6 e 7, quando Pau Bargalló fez o 1-2 (numa desmarcação perfeita dentro da área) e Gonçalo Alves, num golo tirado a papel químico de um outro apontado a Itália, igualou ao colocar a bola no buraco da agulha, depois de uma jogada por trás da baliza.

Portugal tornou-se, então, mais autoritário e chegou à vantagem numa excelente combinação entre Gonçalo Alves e Rafa, que finalizou ao segundo poste, acentuando a diferença no marcador a 50 segundos do fim, com Hélder Nunes a marcar de livre directo, tirando partido da 10.ª falta espanhola. 

Parecia escrito que a selecção nacional iria para os balneários na frente, mas menos de um minuto bastou para Espanha empatar. Primeiro num livre em que tirou partido de uma reacção tardia do adversário, que mereceu contestação do banco português (Xavi Barroso stickou sem oposição); depois num livre directo de Bargalló, fruto de um cartão azul mostrado a João Rodrigues.

Tudo empatado novamente e Portugal em desvantagem outra vez logo no reatamento, com Xavi Barroso a bisar. Era o momento de Espanha defender e activar as transições, tendo mesmo chegado ao 4-6, aos 33’, num lance em que Sergi Panadero contou com um ressalto feliz.

O jogo estava partido e, logo de seguida, um cartão azul ao guarda-redes Xavi Malián permitiu a Portugal reduzir, por Gonçalo Alves, num penálti que contou com três acções de recarga. E, a nove minutos do fim, o cenário repetiu-se, desta feita com a bola a sair, logo à primeira, do stick de Gonçalo Alves para as redes.

O 6-6, porém, não durou sequer um minuto, porque a 10.ª falta portuguesa levou Paul Bargalló para a marca do livre directo e para o hat-trick, que se transformou num póquer logo a seguir, novamente de bola parada, após uma primeira defesa de Ângelo Girão.

As perspectivas eram cada vez mais cinzentas e, para piorar o cenário, Henrique Magalhães viu cartão azul, levando o banco liderado por Renato Garrido ao desespero. Só que esse foi um dos momentos em que a equipa provou ter sete vidas, voltando à discussão do resultado mesmo em underplay, num livre directo de Hélder Nunes.

O cronómetro acelerava e o coração dos adeptos portugueses também, especialmente depois de Xavi Barroso ter aproveitado a maior exposição do adversário ao risco para assinar o 7-9. Só que o carácter imprevisível do hóquei em patins voltou a fazer-se sentir.

A menos de dois minutos do fim, Portugal renasceu das cinzas. Bateu três vezes à porta da baliza espanhola e igualou o maior dos rivais no segundo lugar da classificação, com sete pontos e vantagem no confronto directo. Para garantir um lugar na final, que terá o conforto de disputar em casa, a selecção nacional está obrigada a evitar, na sexta-feira (21h45, RTP1), uma surpresa diante de Andorra, e a esperar por um resultado favorável (ver caixa) no Espanha-França.

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