O Sporting sentiu dificuldades e o Varzim fez-se difícil

“Leões” avançam na Taça de Portugal após triunfo difícil em Alvalade por 2-1 sobre a formação poveira, que deu boa réplica em Alvalade. Pedro Gonçalves começou no banco e entrou para decidir.

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LUSA/MANUEL DE ALMEIDA

Os lugares na cadeia alimentar do futebol português sugeriam que este Sporting-Varzim, a contar para a Taça de Portugal, seria um jogo com pouca história. Seria o campeão nacional contra o penúltimo classificado da segunda divisão. E, no entanto, acabou por ser um jogo com algumas histórias. Foi uma história de um Sporting que teve dificuldades e de um Varzim que se fez difícil, mas o fim da história acabou por ser o esperado. Os “leões” seguem para os oitavos-de-final após triunfo por 2-1 em Alvalade, mas poucas vezes terão sentido tantas dificuldades esta época do que contra esta formação poveira, bem mais competitiva do que a sua posição na II Liga sugere.

“Facilitismo zero”, disse Rúben Amorim no lançamento deste embate de valores desiguais. “Improvável, mas não impossível”, lançou António Barbosa, técnico de uma equipa em dificuldades que estava em Alvalade sem nada a perder. Sem qualquer surpresa, o Sporting apresentou-se com um “onze” feito de titulares (Feddal, os dois Matheus e Paulinho) e suplentes (Gonçalo Esteves, Jovane, Virgínia ou Tabata, entre outros), enquanto o Varzim estava na disposição de voltar a eliminar uma equipa de primeira, depois de afastado o Marítimo na ronda anterior. E não seria inédito o Sporting cair na taça perante um adversário de divisões secundárias.

Sob o mote de “facilitismo zero”, o Sporting entrou a dominar, fazendo o cerco à baliza do Varzim, mas sem criar propriamente uma oportunidade. E, do nada, o visitante quase chegou ao golo. Aos 19’, Heliardo teve um pormenor fantástico no meio-campo e deixou a bola para Zé Tiago. O médio do Varzim correu sozinho com a bola até à baliza de João Virgínia, teve tempo e espaço para rematar, mas não o chegou a fazer e acabou por ser desarmado.

O Sporting respondeu com um grande remate de fora da área aos 29’ – Daniel Bragança atirou com força e direcção, mas o guarda-redes Ismael fez uma enorme defesa. E o resto da primeira parte foi dividido em oportunidades de marcar, mais para o Sporting, que bateu de frente com uma muralha na baliza poveira. Mas o visitante também quase foi feliz a explorar os buracos na pouco entrosada defesa “leonina”.

Amorim não levou muito tempo para injectar na equipa alguns dos seus titulares. Entre os 58’ e os 66’ entraram Pedro Gonçalves (que substituiu Jovane, lesionado no joelho esquerdo), Porro e Sarabia, e foi com estes três que o Sporting acabou por resolver o jogo. Aos 67’, Sarabia ganhou espaço na esquerda para o cruzamento, a bola passou por Paulinho (que falhou um toque de calcanhar) e foi ter com Pedro Gonçalves, que encostou para o 1-0.

Mas, numa altura em que o “leão” mandava no jogo, o Varzim chegou ao empate. Nuno Santos fez falta sobre Murilo na sua área, o árbitro marcou penálti e, dos 11 metros, Heliardo fez o 1-1 aos 78’. Festejavam os 11 que estavam no relvado, mais os que estavam no banco e algumas dezenas que vieram da Póvoa. Cheirava a prolongamento, nada desejável para uma equipa que daqui a poucos dias irá ter um jogo decisivo na Liga dos Campeões, mas um prémio justo para um Varzim que estava a desafiar todas as expectativas.

O Sporting acabou por evitar o tempo extra já perto do fim. João Reis pisou Pedro Porro na área poveira, o juiz da partida assinalou penálti e Pedro Gonçalves fez o 2-1, golo a que o Varzim já não conseguiu responder. O Sporting seguia em frente na taça com a sua nona vitória consecutiva, e já a pensar numa décima quando receber o Borussia Dortmund. O Varzim vai ter de encontrar uma maneira de utilizar esta sua exibição para não cair para a terceira divisão.

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