Ministra diz que está atenta à situação do Hospital de Vila Franca mas nada promete

Marta Temida admite que o próximo governo terá que encontrar formas de melhorar as condições remuneratórias para vincular mais médicos ao SNS.

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A ministra da Saúde garantiu, na tarde de quinta-feira, em reunião com os cinco presidentes dos municípios da área de influência do Hospital de Vila Franca de Xira que está “atenta” à situação da unidade hospitalar que serve os cerca de 250 mil habitantes da região. A audiência, solicitada pelos autarcas, que se têm mostrado muito preocupados com os relatos de falta de recursos humanos no hospital vila-franquense, serviu, também, para abordar outros temas, designadamente o da falta de médicos de família em muitos dos centros de saúde da região. Já para este sábado, em Azambuja, está marcada uma concentração de protesto de utentes que reclamam a colocação de mais médicos na unidade de saúde local.

Marta Temido, de acordo com a Câmara de Azambuja, não assumiu “promessas concretas”, mas “mostrou-se solidária com os presidentes das câmaras no esforço de procurar melhorar a prestação dos cuidados de saúde aos cerca de 250 mil habitantes desta região”. Silvino Lúcio (PS), presidente da Câmara azambujense, acrescenta que a ministra da Saúde reconheceu que o próximo governo terá que encontrar formas de melhorar as condições remuneratórias para vincular mais médicos ao Serviço Nacional de Saúde.

Os presidentes das câmaras de Alenquer, Arruda dos Vinhos, Azambuja, Benavente e Vila Franca de Xira já tinham reunido, na semana passada, com o novo conselho de administração do hospital vila-franquense que, no dia 1 de Junho, regressou à gestão directa pública depois de 10 anos sob gestão de uma empresa do Grupo Mello, no âmbito de uma parceria público-privada (PPP).

Sindicatos, Ordem dos Médicos e eleitos locais do PSD têm denunciado a saída de um número muito significativo de profissionais com contratos de prestação de serviços, mas a administração do Hospital de Vila Franca de Xira (HVFX) diz que não é bem assim e que, no ano em curso, a actividade assistencial tem crescido de forma relevante na unidade hospitalar. De acordo os responsáveis do HVFX, o número de consultas externas cresceu 18 por cento (17 mil no total) nos primeiros nove meses de 2020 face ao período homólogo de 2019 e também há evoluções positivas nas cirurgias e nas sessões de hemodiálise.

Os presidentes dos cinco municípios da área de influência do hospital manifestaram a sua preocupação com o funcionamento das urgências “no momento em que a época de inverno se aproxima” e com a “necessidade de reforço do número de profissionais de saúde”. Defenderam, também, uma articulação de esforços com a administração do HVFX “no sentido de melhorar as condições de prestação de serviço”. Os autarcas aproveitaram, ainda, para apresentar à ministra “questões relativas aos cuidados primários de saúde dos seus concelhos e à nova fase de vacinação determinada pelas autoridades competentes”.

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