Cartas ao director

Manels & wanels

Os meus parabéns à professora Susana Peralta pela sua excelente crónica “Testosterona pensante” sobre o problema dos painéis de oradores exclusivamente masculinos e exclusivamente brancos. É uma triste realidade que há anos faço notar a colegas portugueses sem ter encontrado grande empatia. Esta deliberada exclusão de vozes de mulheres e de não brancos é gritante, não só em eventos académicos como noutras plataformas, incluindo em artigos na imprensa em que todos os “especialistas” ouvidos são homens brancos. Não é por não haver alternativas, é porque estas são continuamente ignoradas ou secundarizadas, mesmo quando mais qualificadas. Habituada a participar em conferências internacionais com requisitos de diversidade na composição de painéis, entristece-me que em Portugal ainda se esteja longe dessas boas práticas. As continuadas invisibilidades tão bem notadas na crónica só empobrecem a academia nacional, e limitam a qualidade do conhecimento e debate públicos no geral.

Helena Lopes, Bristol

Rescaldo das Eleições Autárquicas

Sou morador em Lisboa, na freguesia do Lumiar, desde Julho deste ano e, constato com tristeza, o completo desleixo na higiene urbana da freguesia como por exemplo na zona de um conhecido supermercado, situado na avenida David Mourão Ferreira onde habito. Tinha esperança na nomeação do novo presidente da junta Ricardo Mexia para que o trabalho dos cantoneiros da limpeza das ruas melhorasse. Nada se alterou e continuamos na presença de lixo e mais lixo nas ruas desta freguesia. Até quando?

José Luís Alves, Lisboa

António Costa e o poder

António Costa sempre disse que se para governar precisa-se do voto do PSD se demitia. Agora, já diz que se for preciso está aberto a entendimentos com os sociais-democratas. Eu entretanto pergunto, o que mudou? Eu respondo, a companhia pouco interessa, o importante é manter-se a cavalgar o poder e para isso, vale tudo. Por isso não sei porque se admiram do povo estar alheado da politica. 

Jorge Magalhães, Canedo

Ordem dos Médicos

Penso que seria injusto, desajustado, imoral e até irracional, pôr em causa a função de todos os profissionais de saúde e mais especificamente do trabalho extraordinário dos médicos. Não sou médico, mas falo e convivo proximamente com eles, e por isso, sei e “sabemos” a abnegação e o serviço social que prestam e prestaram. Mas, há sempre bons e maus profissionais, certamente que na classe médica sucede o mesmo. O que não é normal é que quem de direito, que deveria zelar pelo trabalho desses profissionais, o não faça. Há quem esteja mais entretido em dizer mal do governo, da DGS e afins. É vê-lo quase todos os dias nos telejornais, sempre em bicos-dos-pés à procura dum lugarzinho num futuro governo (sombra) do PPD. Quando se esperaria que a Ordem e quem a dirige pusesse na ordem quem prevarica, ela passa ao lado da realidade e nega aqueles que se sentem atingidos. A crónica de Maria João Marques ("Também temos negacionistas da violência obstétrica?”) é altamente esclarecedora, sobre o comportamento da OM e do seu bastonário/sindicalista, que ignora tudo o que possa pôr em causa a sua imagem. Ou será que nesta profissão corre tudo bem?

Carlos Colaço, Charneca da Caparica

Caro Gouveia e Melo

“Agradecimento”. Com este título, o PÚBLICO publicou-me no dia 27 de Setembro um texto de opinião, cujo começo, passo a transcrever:"Muito obrigado, senhor vice-almirante Gouveia e Melo, com o seu núcleo, decisivo, da task force, para a vacinação foi apenas o mais mediático esforço das Forças Armadas, neste vitorioso combate.” Ontem, vossa excelência  afirmou:"Voltar à task force, seria mau para o sistema.” Dou-lhe toda a razão, mas por favor reflicta, como um soldado numa batalha, que tropeça, cai, mas tem de seguir sempre em frente, sempre.

Tomaz Cardoso Albuquerque, Lisboa

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