Quando Deus e os homens não se acertam

De Noite Todo o Sangue é Negro é um monólogo cheio de culpa, marcado pelo horror e pela beleza da linguagem de uma confissão. Deu a David Diop o International Booker Prize.

Foto
David Diop, nascido em Paris em 1966, criado no Senegal, o primeiro autor francófono a vencer o International Booker Prize DR

Não há espaço para emoções brandas neste romance breve de David Diop. De Noite Todo o Sangue é Negro, tradução do título original Frère d’âme, ganhou a edição 2021 do International Booker Prize, é uma espécie de monólogo interior de um soldado senegalês nas trincheiras da I Guerra, onde combateu pela França, e um testemunho invulgar do horror enquanto realidade transformadora do humano; uma prece derradeira diante da rendição ao mal. “Permiti-me o impensável”, diz o soldado logo no início na quase oração confessional que a partir dali se segue.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Não há espaço para emoções brandas neste romance breve de David Diop. De Noite Todo o Sangue é Negro, tradução do título original Frère d’âme, ganhou a edição 2021 do International Booker Prize, é uma espécie de monólogo interior de um soldado senegalês nas trincheiras da I Guerra, onde combateu pela França, e um testemunho invulgar do horror enquanto realidade transformadora do humano; uma prece derradeira diante da rendição ao mal. “Permiti-me o impensável”, diz o soldado logo no início na quase oração confessional que a partir dali se segue.