Covid-19: Infarmed regista reacções adversas em cerca de 0,1% das doses da vacina

Foram notificadas mais de 18 mil reações adversas às vacinas, em Portugal. São pouco frequentes, com cerca de um caso em mil inoculações, refere o relatório de farmacovigilância do Infarmed.

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As reacções adversas notificadas com maior frequência “enquadram-se no perfil comum de qualquer vacina” e incluem febre, dor de cabeça e muscular Daniel Rocha

A Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed) registou 18.155 reacções adversas às vacinas (RAM) contra a covid-19 em Portugal, o que representa um caso em cada mil inoculações - 6.475 consideradas graves.

Considerando o número de reacções adversas face ao total de vacinas administradas - mais de 16,2 milhões -, verifica-se que estas “são pouco frequentes, com cerca de um caso em mil inoculações, um valor estável ao longo do tempo”, refere o relatório de farmacovigilância do Infarmed.

Segundo os dados sobre a segurança das vacinas contra a covid-19 recebidos até 31 de Outubro, do total de reacções adversas, 64% dos casos não apresentaram gravidade e os restantes 36% foram considerados graves.

Em relação aos casos graves, cerca de 85% dizem respeito a situações de incapacidade temporária, incluindo o absentismo laboral, e outras consideradas clinicamente significativas por quem os notificou, seja o profissional de saúde ou o próprio vacinado.

O relatório do Infarmed avança ainda que, no grupo das reacções classificadas graves, foram notificados 654 casos de hospitalização (3,6%), 188 de risco de vida (01%) e 96 de morte (0,5%).

“Os casos de morte ocorreram num grupo de indivíduos com uma mediana de idades de 78 anos e não pressupõem necessariamente a existência de uma relação causal entre cada óbito e a vacina administrada, decorrendo também dentro dos padrões normais de morbilidade mortalidade da população portuguesa”, ressalva o regulador.

No que se refere à distribuição por género, existe uma maior preponderância de notificação de RAM por parte do género feminino, o que é a tendência normal de notificação para qualquer outro medicamento, avança o documento, que admite que essa situação possa resultar de “uma maior atenção das mulheres à sua saúde”.

As reacções adversas notificadas com maior frequência “enquadram-se no perfil comum de qualquer vacina” e incluem, entre outras, reacções locais após a injecção ou sistémicas como febre, dor de cabeça e muscular.

Entre as reacções mais notificadas constam ainda a fadiga, calafrios, náusea, dor generalizada, tonturas, mal-estar geral, dor nas extremidades do corpo, aumento do volume dos gânglios linfáticos, fraqueza orgânica e vómitos.

“Na maioria dos casos, o desconforto causado por estas reacções resolve em poucas horas ou dias, sem necessidade de intervenção médica e sem sequelas. Apenas as situações não resolvidas ou agravadas após esse período ou de natureza clínica mais grave poderão requerer atenção médica”, adianta o Infarmed.

Em Portugal, estão a ser utilizadas quatro vacinas contra a covid-19: a Comirnaty (Pfizer/BioNTech), a Spikevax (Moderna), a Vaxzevria (AstraZeneca) e a Janssen, esta última de dose única.

O relatório indica ainda que a Comirnaty, Spikevax e Vaxzevria registaram um caso de RAM por mil inoculações, valor que sobe para os 1,5 no caso da Janssen, mas o Infarmed salienta que estes dados não permitem a comparação dos perfis de segurança entre vacinas, uma vez que foram utilizadas em grupos distintos e contextos diferentes da pandemia.

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