Cartas ao director

Baixar os impostos
O Estado precisa de impostos para a sua obra e compromissos, à custa de quem é pobre. Baixar os impostos significa libertar empresas da elevada carga fiscal e dar mais saúde à economia, ao progresso e desenvolvimento do país. O imposto, fazendo parte do preço composto das mercadorias, far-se-á sentir no bolso de cada português – veja-se nas gasolineiras, em que o imposto faz subir muito o preço do combustível. Um país com elevados impostos é um país usurpador, devendo antes fazer estrategicamente uma boa gestão dos recursos nacionais, proteger as exportações e o consumo interno. Precisamos de um Robin dos Bosques no Ministério das Finanças. Aumentam os salários mas em seguida aumenta logo o custo de vida, voltando tudo ao mesmo. O Estado para fazer a sua obra deve ser mais eficiente e generoso.
José Oliveira Mendes, Portalegre

A Conferência Episcopal passou ao lado

Dizia o saudoso padre Victor Feytor Pinto que, não raras vezes, sentia como que uma tentação compulsiva para só surpreender as coisas boas. Eram essas que lhe permitia construir as pontes no meio da adversidade. Todavia, há omissões que dizem muito sobre os seus autores. E não é bom aquilo que dizem.

Como é do conhecimento geral, no passado dia 17, na Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML), foi apresentado o livro O que fizeste do teu irmão?, de Alfredo Bruto da Costa, que encerra um olhar de fé sobre a pobreza no mundo, em data que marca o Dia Internacional para Erradicação da Pobreza.

O Presidente da República encerrou a cerimónia condecorando Alfredo Bruto da Costa, a título póstumo, com as insígnias de Grande-Oficial da Ordem da Liberdade. A cerimónia contou com a presença do provedor da SCML, da presidente da Cáritas Portuguesa, e do presidente da direcção do Fórum Abel Varzim. Foram apresentados dois vídeos com mensagens de homenagem, um deles pelo secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, e o outro pelo cardeal Tolentino de Mendonça.

O Estado, a sociedade civil, o laicado, prestaram a sua justa homenagem a Alfredo Bruto da Costa, que, ademais, foi presidente da Comissão Nacional Justiça e Paz, organismo laical da Conferência Episcopal Portuguesa. Mas, justamente! E o nosso Episcopado? Nada! Nem uma simples menção no seu site. Confesso-me estupefacto. E indignado.

Rogério Rocha Peixoto, Lisboa

Basílio Horta

Ainda a propósito da reprovável atitude do renovado presidente da Câmara Municipal de Sintra Basílio Horta, que durante a cerimónia de posse dos órgãos agora eleitos para a autarquia não estendeu a mão ao seu opositor social-democrata Ricardo Baptista Leite, ocorre-me recordar o inesquecível socialista Mário Soares que nunca se cansava de apelar à tolerância e no final da luta política estendia a mão aos seus adversários. Não se trata apenas duma regra na prática democrática mas uma exigência entre pessoas civilizadas. 

Face ao gigantesco turbilhão de comentários de reprovação que circulam nas redes sociais, ficava bem ao experiente político, pois ainda está a tempo, rever o seu erro e dar um bom exemplo aos portugueses. Ficavam todos a ganhar, o país em geral e os sintrenses em particular.

José Manuel Pavão, Porto

Rangel não terá o meu apoio

Paulo Rangel pode chegar a líder do PSD e até a primeiro-ministro, mas não terá o meu apoio. A minha discordância com Rangel prende-se, nomeadamente, com o facto de ser um político da direita radical, pouco social-democrata. Pode neutralizar o Chega, mas é capaz de engrossar eleitoralmente o PS, em vez de o esvaziar. E o partido de Ventura vale seis ou sete por cento, enquanto o de Costa quase 40. O eleitorado moderado, que é maioritário, tenderá a votar PS e não em Rangel.
Não gostei também muito da sua principal bandeira, aquilo a que chamou a mobilidade social. Pareceu-me uma expressão de difícil percepção pelo nosso povo, um pouco arrevesada, e que poderá não ser suficiente para ganhar ao PS. Tem de haver mais ideias-força.
Além do mais, Rangel, a quem não nego, no entanto, capacidade intelectual superior à de Rio, em vez de fazer o PSD regressar às origens, como já era tempo, acentuará ainda mais a caminhada galopante para a direita, iniciada pelo partido com Cavaco Silva. Para onde vais, PSD?

Simões Ilharco, Lisboa
 

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