O estado do Estado: o tempo é o grande inimigo do PS

Os efeitos da pós-pandemia estão a gerar um apocalipse burocrático, com os cidadãos a desesperarem no acesso a serviços públicos elementares.

Se as eleições legislativas fossem hoje, não tenho dúvidas de que António Costa as ganharia. E se as eleições forem em 2023, tenho poucas dúvidas de que António Costa as ganhará. Mas isto também sei: o tempo é o grande inimigo do PS. Não apenas porque o tempo desgasta tudo, mas porque, no caso específico da “geringonça”, a deterioração inevitável dos serviços públicos torna cada vez mais implausível a narrativa do fim da austeridade, e cada vez mais visível a grande mentira da década – seis anos de ilusionismo e golpadas: o golpe da substituição de impostos directos por indirectos; o golpe da reposição de salários, de reformas e das 35 horas através do brutal desinvestimento do Estado e do truque das cativações; o golpe da nacionalização da TAP em 2016; o golpe de oferecer com a mão direita o que se ia tirando com a mão esquerda.

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Se as eleições legislativas fossem hoje, não tenho dúvidas de que António Costa as ganharia. E se as eleições forem em 2023, tenho poucas dúvidas de que António Costa as ganhará. Mas isto também sei: o tempo é o grande inimigo do PS. Não apenas porque o tempo desgasta tudo, mas porque, no caso específico da “geringonça”, a deterioração inevitável dos serviços públicos torna cada vez mais implausível a narrativa do fim da austeridade, e cada vez mais visível a grande mentira da década – seis anos de ilusionismo e golpadas: o golpe da substituição de impostos directos por indirectos; o golpe da reposição de salários, de reformas e das 35 horas através do brutal desinvestimento do Estado e do truque das cativações; o golpe da nacionalização da TAP em 2016; o golpe de oferecer com a mão direita o que se ia tirando com a mão esquerda.