A lei e as ordens: um bem que pode ser tóxico

Depois de o primeiro-ministro ter avisado que as ordens profissionais “não existem para fiscalizar o Estado”, é possível ver a iniciativa do PS como um ataque à medida.

À partida, a proposta de lei do PS para acabar com os “entraves” e as “restrições” criados pelas ordens profissionais faz sentido. O país continua demasiado amarrado a corporações, capelas e capelinhas e tudo o que se fizer para respirar mais livremente é bem-vindo. Mas a iniciativa socialista só merece aplauso à partida porque nasce num contexto controverso que algumas ordens trataram de explorar imediatamente. Meses depois de a Ordem dos Médicos ter apresentado uma auditoria demolidora sobre o que aconteceu num lar em Reguengos de Monsaraz, depois de a Ordem dos Advogados ter denunciado violações dos direitos humanos em Odemira, depois de o primeiro-ministro ter avisado que as ordens profissionais “não existem para fiscalizar o Estado”, é possível ver a iniciativa do PS como um ataque à medida.

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À partida, a proposta de lei do PS para acabar com os “entraves” e as “restrições” criados pelas ordens profissionais faz sentido. O país continua demasiado amarrado a corporações, capelas e capelinhas e tudo o que se fizer para respirar mais livremente é bem-vindo. Mas a iniciativa socialista só merece aplauso à partida porque nasce num contexto controverso que algumas ordens trataram de explorar imediatamente. Meses depois de a Ordem dos Médicos ter apresentado uma auditoria demolidora sobre o que aconteceu num lar em Reguengos de Monsaraz, depois de a Ordem dos Advogados ter denunciado violações dos direitos humanos em Odemira, depois de o primeiro-ministro ter avisado que as ordens profissionais “não existem para fiscalizar o Estado”, é possível ver a iniciativa do PS como um ataque à medida.