Palheiro Gardens Golf Classic

Exalta o melhor da Madeira

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Jogar no Palheiro é sobretudo desfrutar da natureza luxuriante e da história arquitetónica da ilha @D.R.

Com o desconfinamento progressivo do país a estender-se aos setores do turismo e do desporto, os empresários procuram recuperar o tempo perdido nos últimos 18 meses e a criatividade revela-se fundamental na procura de novos mercados ou na fidelização dos antigos que se pretendem reconquistar.

A Região Autónoma da Madeira (RAM) tem superado com distinção os desafios da pandemia da COVID-19 e desde cedo soube criar uma imagem nacional e internacional de um destino com elevada segurança sanitária.

Esse trabalho tem agora os seus frutos com a recuperação crescente dos turistas que sempre escolheram a Madeira com um destino preferencial.

A Festa da Flor é há mais de 40 anos um dos “eventos bandeira” do arquipélago, dando corpo ao “slogan” da Madeira como o jardim do Atlântico. As festividades deste ano terão o ponto alto nos dias 2 e 3 de outubro, respetivamente com o “Muro da Esperança” e o “Cortejo Alegórico”.

As previsões de visitantes são animadoras e ambiciosas e para os adeptos do golfe a edição de 2021 terá uma grande novidade: o Palheiro Gardens Golf Classic, a primeira edição de um torneio jogado em “stableford” que pretende-se que venha a cotar-se no futuro como um dos “must” no panorama de provas de golfe em Portugal.

«O nosso objetivo dotar este evento de periodicidade anual, sempre associado à Festa da Flor. Temos o “feedback” de vários grupos hoteleiros que juntaram-se a esta iniciativa e que querem que a mesma se repita», disse ao Golftattoo Rodrigo Ulrich.

Rodrigo Ulrich é diretor geral do Palheiro Golf desde 2016 @ D.R.

A RAM oferece três campos de golfe de elevada qualidade e de forte sentido estético: o Club de Golf do Santo da Serra, o Porto Santo Golf e o Palheiro Golf, mas é este último o que mais se ajusta às festividades insulares da flor.

A dimensão de jardim atlântico é completamente apreendida no Palheiro Golf, situado a uma altitude intermédia entre a montanha do Santo da Serra e o quase nível do mar do Porto Santo.

Inaugurado em 1993, sob desenho de Cabell B. Robinson, este traçado desperta-nos a atenção para o Atlântico, dados os seus belos miradouros para a baía do Funchal, mas jogar no Palheiro é sobretudo desfrutar da natureza luxuriante e da história arquitetónica da ilha.

A 500 metros de altitude somos transportados imediatamente para a chamada Cidade Velha e para monumentos ainda mais antigos como a Sé e a fortaleza.

Mas assim que saímos da Casa Velha e começamos a jogar no campo, entramos em pleno jardim, renovado em 2003, com mais de 20 espécies, classificado pela UNESCO como Património Natural da Humanidade.

O site do campo não mente quando descreve que os seus buracos serpenteiam «através de um ambiente intocado, repleto de pinheiros-bravos e bosques botânicos, adornados por uma exuberante vegetação subtropical».

Há ainda um toque pessoal da família Blandy, que adquiriu a propriedade em 1885. As camélias e as orquídeas são há muito elogiadas, mas, por exemplo, o jardim de rosas foi criado por Christina Blandy. Como frisa Rodrigo Ulrich, «há muitos jogadores que visitam o Palheiro Golf que não têm a plena consciência de que existem aqui uns jardins incríveis e que podem visitá-los. Por vezes, até podemos encontrar o Sr. Adam Blandy, a Senhora D. Cristina ou os filhos a passearem nos jardins e a interagirem com os visitantes».

«O Palheiro Gardens Golf Classic é uma iniciativa centrada nos Jardins do Palheiro e no relançamento do mesmo como um dos mais emblemáticos jardins da Madeira. A componente do golfe, por ser um desporto ao ar livre que existe na propriedade, surge naturalmente. Queremos divulgar no evento, junto dos principais mercados, o que de melhor há na Madeira: o golfe, com vistas únicas, os jardins e o vinho», acrescentou o diretor geral.

Recorde-se que a família Blandy tem uma tradição centenária no setor dos vinhos da Madeira, o que facilitou a elaboração de um programa de atividades diversificado para os participantes do torneio.

A chegada dos participantes faz-se nos dias 30 de setembro e 1 de outubro, com um cocktail de boas-vindas ao por-do-sol. O torneio joga-se no dia 2 e na cerimónia de entrega de prémios haverá «raparigas da Festa da Flor como figurantes».

Ainda nesse dia 2 haverá um “Garden Workshop” com um convidado especial como palestrante. «Esta é uma das componentes principais do evento e a que mais irá crescer, pois pretendemos ter todos os anos um especialista convidado a falar sobre os nossos jardins e pretendemos ainda convidar outros jardins e festivais a juntarem-se a este evento», sublinhou Rodrigo Ulrich.

O dia 3 é dedicado à Festa da Flor e no dia 4 o ponto forte é a visita às caves de vinho da Madeira da Blandy. Os participantes regressam depois a casa no dia 4.

Como pode atestar-se, é um programa diferenciado do habitual em torneios de golfe, unindo o desporto ao turismo e à cultura local e a resposta do público foi encorajadora.

«A competição destina-se a jogadores de golfe residentes, nacionais e estrangeiros. A componente estrangeira irá, naturalmente, aumentar com o tempo e com a normalização dos mercados. Mas ficámos surpreendidos com a adesão, quer local quer estrangeira», asseverou Rodrigo Ulrich.

É claro que o prestígio do destino turístico ajuda. Não é por acaso que nos World Travel Awards de 2020 a Madeira voltou a ganhar os prémios de “World's Leading Island Destination” e de “Europe's Leading Island Destination”, mas existiu um aturado trabalho de difusão da iniciativa.

«As autoridades regionais foram abordadas desde o início para ajudarem-nos na divulgação nacional e internacional do evento. A comunicação com a Secretaria Regional de Turismo e Cultura e com a Associação de Promoção da Madeira foi fenomenal», elucidou o diretor geral do Palheiro Golf.

«Fizemos, igualmente, uma forte campanha junto de operadores internacionais e parcerias com importantes “players” nacionais e acreditamos que o evento irá crescer anualmente», acrescentou.

«E como forma de atrair mais turistas de golfe, decidimos que todos os portadores do “Madeira Golf Passport” entrariam no torneio gratuitamente», continuou.

Finalmente, evitando quaisquer rivalidades com os outros campos da RAM, bem pelo contrário, fomentando importantes sinergias, Rodrigo Ulrich fez questão de «agradecer ao Club de Golf do Santo da Serra a ajuda na divulgação do evento».

Em 2020, num ano em que os campos de golfe estiveram alguns meses fechados devido ao confinamento, realizaram-se 37.427 voltas de golfe nos campos da Madeira, menos 42,8 por cento do que em 2019. Mesmo assim, de acordo com dados fornecidos pela Direção Regional de estatística da Madeira e publicados pelo “DN Madeira” no passado dia 30 de julho, o golfe gerou 1,4 milhões de euros de receitas na RAM.

É imperativo que o setor recupere os números de 2019. Não será provavelmente ainda possível em 2021, mas com a proliferação de iniciativas como o Palheiro Gardens Golf Classic o futuro afigura-se promissor.

Jogar esta primeira edição será um momento histórico, um prestígio e um deleite para a maioria dos cinco sentidos, mas também um ato de solidariedade social. «Decidimos envolver desde a primeira hora a Make a Wish Portugal e iremos angariar fundos para esta instituição tão relevante e imprescindível», concluiu Rodrigo Ulrich.

Veja mais em www.golftattoo.com

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