Os melhores EUA de sempre? Há que esperar por Roma…

Norte-americanos arrasaram europeus na 43.ª edição da Ryder Cup em Whistling Straits

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Um desempenho soberbo dos EUA resultou numa derrota pesada da forasteira Europa na 43.ª Ryder Cup, que decorreu entre sexta-feira e domingo no Whistling Straits Golf Club, em Sheboygan, Wisconsin (EUA). Na era moderna deste duelo bienal, era essa que remonta a 1979, quando a Europa Continental se juntou à Grã-Bretanha-Irlanda, nunca o desfecho fora tão desnivelado. 

Partindo para a sessão de singles com uma vantagem inédita de seis pontos (11-5), os EUA continuaram a exibir-se a alto nível e ganharam a última sessão por 8-4, com sete vitórias, dois empates e três derrotas. No cômputo dos 28 encontros disputados (16 de pares e 12 singulares), os norte-americanos liderado pelo capitão (não-jogador) Steve Stricker venceram por 19-9.   

“Nenhum jogador pode vencer nove partidas, mas todos os 12 jogadores podem vencer uma partida", dissera um ainda esperançoso capitão europeu, o irlandês Padraig Harrington, antes da jornada de domingo, referindo-se à pontuação necessária para que o seu team perfizesse pelo menos 14 pontos e assim empatasse o match, o que lhe permitiria manter a posse do troféu. 

Mas assim que os 12 encontros estavam todos a decorrer, os americanos lideravam já em nove. Os EUA chegaram aos 14,5 pontos logo na quinta partida do dia, quando Collin Morikawa empatou com o norueguês Viktor Hovland. Garantida a vitória, faltava saber quantos pontos averbariam. E, pela primeira vez desde 1979, uma equipa atingiu os 19. A Europa tinha estado perto em 2004, então ganhando por 18.5-9.5. 

Desta vez não houve, para a Europa, uma reedição do “Milagre de Medinah”, quando, em 2012, desfez uma diferença de quatro pontos (6-10) para ganhar de forma sensacional no Medinah Country Club, no Illinois (EUA). Em Whistling Straits, até os seus dois melhores jogadores até então, os espanhóis Jon Rahm e Sergio Garcia, foram atropelados no terceiro e quarto encontros, por Scottie Scheffler e Bryson DeChambeau, respectivamente. 

Na teoria, e apesar de contar com seis estreantes na Ryder Cup e muita juventude, esta era a melhor equipa de sempre dos EUA, com nove jogadores entre os 11 primeiros do ranking mundial. Confirmou-o na prática, não somente através do seu valor intrínseco, mas com um espírito de equipa, de união, de família, como nunca se lhes vira no passado. Fala-se na entrada dos EUA numa nova era, graças a esta nova geração. 

Mas, como escreve Ben Everill na Golf Digest, se um dia a história consagrar esta equipa como a melhor de sempre na Ryder Cup (e os ingredientes não lhe faltam), há ainda um asterisco que lhe está indexada. Em 2016, os EUA venceram no Hazeltine National Golf Club por 17-11 e deu-se a mesma narrativa, mas só até à edição seguinte em 2018, em Paris, quando perderam por 17,5-10,5. 

Assim, estes EUA precisam de vencer em solo alheio para confirmar tal estatuto. É que a última vez que tal aconteceu foi em 1993 (The Belfry, Birmingham, Inglaterra). A próxima edição, em 2023, joga-se no Marco Simone Golf and Country Club, em Roma. Terão passado então 30 anos sobre aquele seu triunfo. É aqui que esta nova geração de golfistas americanos terá a sua prova de fogo. 

O mais velho dos jogadores americanos, Dustin Johnson, de 37 anos, foi um grande líder em campo em Whistling Straits, tornando-se apenas o quarto jogador dos EUA a vencer cinco encontros numa edição, juntando-se a Arnold Palmer (1967), Gardner Dickinson (1967) e Larry Nelson (1979). Campeão da FedExCup de 2020, duas vezes campeão de majors e com 24 vezes títulos no PGA TOUR, ele ainda terá muito mais para oferecer.

Quanto à Europa – que antes de Whistling Straits vencera quatro dos últimos matches e só perdera duas vezes nos últimos 20 anos – precisa de entrar num processo de renovação. Basta dizer que desta vez contou com quatro jogadores acima dos 40 anos, incluindo os ingleses Lee Westwood (48), Ian Poulter (45) e Paul Casey (44). Sergio Garcia tem 41. E, claro, tem de ver aparecer novos valores.

 

 

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