Adeptos ingleses em pé nos estádios? Uma realidade já em Janeiro

Arrancou o processo para a criação de zonas de peão nos estádios dos dois principais escalões do futebol inglês. “É o momento certo para avançar”, justifica o ministro do Desporto.

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Reuters/ANDREW COULDRIDGE

Se tudo correr conforme previsto, é altamente provável que em Janeiro de 2022 vejamos centenas de adeptos em pé nas bancadas dos estádios da Premier League. Um impulso determinante chegou nesta quarta-feira, com o ministro britânico do Desporto, Nigel Huddleston, a instar à criação de zonas licenciadas para o efeito nos recintos dos dois principais escalões de futebol.

No centro desta operação está a SGSA (Sports Grounds Safety Authority), organismo que zela pela segurança dos recintos desportivos em Inglaterra e que, nesta quarta-feira, recebeu o aval governamental para dar início ao processo de licenciamento. Um processo que implica o cumprimento de um conjunto de pressupostos.

Para receberem o carimbo de aprovação da SGSA, os clubes interessados em criar uma zona de peão, como se convencionou dizer em Portugal, terão de garantir a colocação de barreiras de protecção nessas áreas (quer no sector dos adeptos da casa, quer no sector dos visitantes), sendo que os espectadores terão a prerrogativa de poderem sentar-se ou permanecer de pé.

Os lugares continuarão, assim, a ser individuais, e as zonas em questão não poderão prejudicar o campo de visão dos restantes adeptos que estejam sentados. Deverá, ainda, ser adoptado um código rigoroso de conduta, sendo que todas as medidas implementadas carecem de uma consulta prévia junto das autoridades de segurança.

“O objectivo da SGSA é garantir a segurança e o divertimento dos adeptos em todos os recintos desportivos. Sabemos que muitos preferem permanecer de pé e, com as novas soluções de engenharia, sabemos como o conseguir em segurança. O anúncio de hoje vai permitir-nos testar e avaliar essas áreas antes de o Governo decidir quais os próximos passos”, assinalou Martyn Henderson, líder da SGSA.

Na prática, os clubes interessados deverão apresentar uma candidatura até 6 de Outubro. Se vier a ser aprovada, terão luz verde para avançar com a medida a partir de 1 de Janeiro de 2022, sendo que estarão sempre sob escrutínio das autoridades, com a intenção de ir avaliando os resultados até final da época.

“Com uma avaliação independente já concluída e os estádios a retomarem a sua capacidade um pouco por todo o país, este é o momento certo para avançar. Estou ansioso por ouvir os clubes que querem fazer parte deste projecto já na segunda metade desta época”, afirmou Nigel Huddleston.

Esta solução tem vindo a ganhar força nos últimos anos e as pesquisas feitas desde a época 2019-20 apontam no sentido de tornar mais segura a presença num espectáculo desportivo, já que a instalação de barreiras ajuda a minimizar os riscos associados à contínua permanência em pé nos jogos – algo que, de certa forma, já acontecia em alguns sectores, de modo informal.

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