Milhares de tailandeses protestam para exigir demissão do primeiro-ministro

O líder do executivo da Tailândia, Prayuth Chan-ocha tem sido criticado pela oposição e uma moção de censura contra o Governo vai a votação no sábado.

Foto
A manifestação em Asoke, uma zona central da cidade, foi um dos maiores protestos este ano CHALINEE THIRASUPA/Reuters

Milhares de pessoas juntaram-se em protesto em Banguecoque, esta quinta-feira, para exigir a demissão do primeiro-ministro Prayuth Chan-ocha, deixando o aviso que só sairão quando o líder do executivo tailandês deixar o cargo.

A manifestação que teve lugar em Asoke, uma zona central da cidade, foi um dos maiores protestos este ano, apesar dos avisos anteriores da polícia que as manifestações estão proibidas devido às restrições relacionadas com a covid-19.

Desde o ano passado que vários protestos têm saído às ruas da Tailândia para exigir uma mudança política, incluindo uma reforma na monarquia tailandesa. O movimento acabou por abrandar devido à pandemia.

Contudo, a partir do final de Junho os protestos contra Prayuth Chan-ocha têm vindo a ganhar maior adesão, apesar dos confrontos frequentes, e por vezes violentos, entre os manifestantes e a polícia. Os grupos que exigiram a sua demissão no ano passado voltam a insistir, desta vez com mais apoio de pessoas frustradas e indignadas pelo agravamento da situação da pandemia.

A Tailândia registou mais de 1,2 milhões de infecções e 12,103 mortes desde o início da pandemia no ano passado, com a maioria dos casos e mortes a aconteceram desde o mês de Abril deste ano.

As manifestações acontecem ao mesmo tempo que o primeiro-ministro enfrenta um inquérito que começou no início na semana no Parlamento devido a uma moção de censura que vai a votação no sábado. A oposição acusa o líder do Governo e outros cinco ministros de corrupção, má gestão económica e de falhar na resposta à pandemia.

Prayuth e os ministros têm rejeitado as acusações da oposição e defenderam a sua conduta no Parlamento. Espera-se que o Governo resista à moção de censura, devido à clara maioria da coligação governamental, mas os manifestantes garantem que vão continuar a pressionar o primeiro-ministro.

“Os membros dos Parlamento têm de escolher entre as pessoas e Prayuth, que falhou, causando perdas e mortes de mais de 10 mil pessoas”, disse Nattawut Saikua, um dos principais organizadores dos protestos. “Se a conduta de Prayuth for aprovada na moção de censura e ele permanecer no cargo, vamos continuar a exigir a sua expulsão”, disse.

Enquanto o protesto em Asoke foi pacífico, um grupo mais pequeno de manifestantes anti-Governo lançou fogo-de-artifício e incendiou pneus de carros na quinta-feira, perto da residência do primeiro-ministro, noutra parte da cidade.

Prayuth, um firme monarquista, subiu ao poder em 2014 através de um golpe militar e continuou na função de primeiro-ministro depois das eleições de 2019, fazendo dele o chefe do Governo há mais tempo no poder desde o fim da Guerra Fria.

Sugerir correcção
Comentar