Fernando Santos sublinha triunfo justíssimo

Seleccionador nacional contou episódio com Jimmy Hagan, quando lhe perguntou por que não tirava o Eusébio.

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Fernando Santos viu Portugal vencer no último instante LUSA/ANTÓNIO COTRIM

O seleccionador português, Fernando Santos, considerou, no final, justíssima a vitória de Portugal, recordando que a equipa das quinas teve um início de partida auspicioso, dentro do que tinha planeado.

“Entrámos muito bem, montámos uma equipa com criatividade, circulação de bola, com um jogador tremendo, que fez uma primeira parte tremenda... o Palhinha, a chegar bem à frente, a ganhar as bolas e a libertar quer o Bernardo quer o Bruno, com aproximação à área e a explorar a profundidade pelo Rafa e pelo Jota, com velocidade. Quando o Cristiano saía a explorar a verticalidade. Estivemos bem esses 15 a 20 minutos, a reagir rápido à perda e foi assim que conquistámos o penálti. Não aproveitámos e isso acaba sempre por mexer. Mesmo assim, continuámos bem, com uma bola no poste logo a seguir, numa excelente oportunidade. A partir dos 20, 25 minutos perdemos capacidade”, explicou Fernando Santos sem perder o fôlego.

O seleccionador português viu, a partir dos 20 minutos, uma Irlanda a colocar bolas longas, mesmo “tendo o jogo sempre do nosso lado, mas com maior grau de dificuldade. Tivemos um grande lance do Jota, a explorar a bola nas costas da defesa, mas não concretizámos e o adversário acabou por fazer um golo, que sabíamos só poder ser dali”.

“Ao intervalo tínhamos que tentar dar a volta ao jogo, aumentar o ritmo em todos os aspectos, com o André Silva mais fixo na área, passando o Cristiano para a esquerda, deixando o corredor livre para o Raphaël. Mas acho que as coisas não funcionaram tão bem como esperava”, lamentou Fernando Santos, que lançou Nuno Mendes.

“Fomos tentando, o Palhinha já tinha mais dificuldade para manter a capacidade de recuperar. Com a entrada do João Mário tomámos conta do jogo e criámos cinco ou seis oportunidades de golo, duas ou três flagrantes, como as do Bernardo, do João Mário e do André Silva. Acabámos por chegar ao golo no fim, com dois cruzamentos perfeitos e dois grandes cabeceamentos do Ronaldo”, sublinhou, lembrando uma conversa com Jimmy Hagan, seu treinador no Benfica.

“Um dia perguntei-lhe: se o Eusébio não estiver a jogar bem, o que faz... por que não o tira? E ele respondeu: E depois quando aparecer a bola certa não está lá o Eusébio. E o Cristiano é isso. Já fez o golo na Sérvia, que não valeu. A única coisa que não fiquei satisfeito com ele foi o amarelo, mas é compreensível: dá vitória a Portugal e tira a camisola”.

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