CDU propõe compra do antigo Grémio da Lavoura pela câmara de Coimbra

Edifício de cinco pisos instalado na zona ribeirinha da cidade está à venda por seis milhões de euros.

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A Câmara de Coimbra (na foto) pode ter direito de preferência sobre o imóvel da cooperativa CARLA CARVALHO TOMAS / PUBLICO

A CDU vai propor à Câmara Municipal de Coimbra a aquisição do antigo Grémio da Lavoura, um edifício icónico situado na baixa da cidade. O imóvel que tem cinco pisos e é propriedade da Cooperativa Agrícola de Coimbra foi posto à venda por seis milhões de euros. Os comunistas entendem que a autarquia deve accionar o direito de preferência, como forma de combater a especulação imobiliária, reivindica a coligação, em comunicado.

Ao PÚBLICO, vereador da CDU, Francisco Queirós, que tem o pelouro da habitação, explica que “não há dúvida de que o edifício está numa zona em que a autarquia terá direito de preferência”, mas sublinha que é “necessário conferir qual o ponto de situação do negócio e se a câmara tem nova informação”. A proposta será apresentada na reunião de executivo municipal de segunda-feira.

A CDU sustenta que este imóvel não pode “servir a especulação imobiliária e a entrega da frente ribeirinha, em linha com a desactivação da Estação Nova, à gula dos interesses especulativos”. É “necessário salvar aquele imóvel”, considera o vereador, acrescentado que, “numa altura em que a Estação Nova de Coimbra vai deixar de funcionar, há o risco de toda a frente ribeirinha vir a ser usurpada rapidamente por interesses poderosos”.

Implantado num terreno que vai da Avenida Fernão de Magalhães até à linha de comboio, o antigo Grémio da Lavoura situa-se numa zona degradada da cidade que há décadas aguarda a boleia do Sistema de Mobilidade do Mondego para sofrer uma reabilitação. Além do edifício que servia de sede à Cooperativa Agrícola de Coimbra, estão também à venda os armazéns que o circundam.

Já com obras a decorrer para instalar uma nova solução de meio de transporte – e com o previsível levantamento da linha de comboio entre Coimbra-B e a Estação Nova – são conhecidos vários investimentos anunciados para naquela zona da cidade, da instalação da Critical Software nos armazéns da antiga Coimbra editora à construção de um novo hotel na esquina com a avenida Fernão de Magalhães.

E o que faria a câmara com um edifício desta dimensão? Destinos não faltariam, responde Francisco Queirós, desde o acolhimento de associações culturais da cidade que têm dificuldade em encontrar espaços à instalação de serviços da autarquia que actualmente se encontram dispersos.

“A CDU, face à relevância no ordenamento urbanístico desta zona vital da cidade, defende o uso público deste espaço, a utilização do edifício ao serviço do concelho e da sua população”, lê-se no comunicado. 

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