Allyson Felix, uma lenda com um recorde aos 35 anos

Velocista norte-americana ganhou a 10.ª medalha olímpica e tornou-se na atleta de pista mais premiada de sempre.

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Reuters/HANNAH MCKAY

“Bastou” uma terceira posição na final dos 400 metros para Allyson Felix ganhar o direito a um lugar muito particular na história dos Jogos Olímpicos. Nesta sexta-feira, a velocista norte-americana tornou-se a mais premiada atleta de pista da história do evento (com 10 medalhas), ultrapassando a jamaicana Merlene Ottey.

“Tentei assumir a vulnerabilidade e ser mais transparente nesta altura”, resumiu a atleta de 35 anos, após a corrida. “Não vemos com tanta frequência atletas mais velhas, por isso tenho vindo a partilhar algumas das minhas batalhas. Penso muitas vezes que liguei demasiado o meu trabalho ao que iria acontecer nos campeonatos e, desta vez, não quis ir por aí”.

Shaunae Miller-Uibo, das Bahamas, foi a mais rápida em pista e manteve o título nos 400m, com 48,36s, mas os 49,46s de Felix — o tempo mais rápido da californiana na prova desde 2015 — acabaram por roubar-lhe os holofotes. Afinal de contas, tornou-se apenas na terceira atleta de pista a conquistar uma medalha em cinco edições diferentes dos Jogos, depois de ter começado ainda adolescente, em Atenas 2004, com a prata nos 200m.

“Podemos falar das 10 medalhas olímpicas, mas prefiro falar sobre a forma como esta mulher inspirou tantas pessoas a apostarem nelas mesmas”, comentou, no Twitter, Carmelita Jeter, colega de equipa de Allyson em várias estafetas. No mesmo sentido seguiu a reacção de outra companheira de competição, Tianna Bartoletta: “Acordei mais cedo para testemunhar isto. De ter medo dela na escola até correr ao lado dela nos Jogos Olímpicos. Faço-lhe a minha homenagem. Fabuloso!”.

Com seis títulos olímpicos e 13 mundiais, a capacidade de resistência de Felix estende-se bem para lá das pistas, ou não tivesse dado à luz a filha num parto com severas complicações. Quando apontou a Tóquio 2020, confessa, o foco não estava tanto nas medalhas, mas no regresso em sim mesmo aos grandes palcos. “Isto não é apenas sobre mim. Por estes dias revi alguns vídeos de quando estava no hospital, com a Cammie, e foi a esses momentos muito duros que tentei agarrar-me”, revelou.

Agora, a expectativa vira-se para a estafeta de hoje dos 4x400m, a última prova olímpica da carreira de Felix, que já recebeu o incentivo do compatriota Carl Lewis, também ele uma lenda das pistas. “Parabéns, Allyson. Que carreira e que inspiração! Agora, siga para a estafeta”. Reuters

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