Dos críticos e cépticos da HP a um relógio-PDA

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John Gurzinski/AFP

"O progresso não é alcançado pelos cínicos e pelos cépticos mas por aqueles que acreditam que tudo é possível”. Foi com estas palavras que Carly Fiorina, a presidente e “chief executive officer” (CEO) da nova Hewlett-Packard (HP) começou e encerrou a sua conferência na edição de Outono da Comdex 2002.

Eram 9h15 da manhã mas era notório o cansaço da responsável máxima da HP, agora que Michael Capellas — ex-presidente da Compaq e seu grande aliado no processo de aquisição e de fusão das duas empresas — decidiu aceitar o desafio de trazer a WorldCom de volta ao universo das empresas respeitáveis.

E, para quem ainda tivesse dúvidas sobre quem seriam os cínicos e os cépticos, Fiorina afirmou, categórica: “Depois da fusão, temos uma HP melhor, capaz de ser um parceiro mais completo para os seus clientes.”. A CEO da HP continua, assim, a desafiar frontalmente todos aqueles que, na sequência do anúncio da saída de Capellas, voltaram a pôr em causa a sua capacidade para levar a bom porto a integração das duas organizações e a consolidação das suas posições no mercado.

Carly Fiorina passou, então, a desfiar o rosário de projectos e realizações em que, ao longo dos últimos anos, as tecnologias hoje detidas pela nova HP — resultantes dos esforços próprios mas também das aquisições que a Compaq fez da Digital Equipment e da Tandem — fizeram (e continuam a fazer) a diferença, a começar pelos sistemas de informação de boa parte das bolsas a nível mundial e que, no caso da Bolsa de Nova Iorque, pôde ser reposto a funcionar em poucas horas após os atentados de 11 de Setembro do ano passado.

A CEO da HP referiria ainda o patrocínio e o equipamento da equipa de Fórmula 1 da Williams-BMW que, em menos de dois anos, conseguiu sair da mediania para se bater quase de igual para igual com a Ferrari graças à “adequada combinação” de pessoas com as tecnologias de informação. E ainda os projectos espaciais com a NASA ou o supercomputador da universidade norte-americana de Carnegie Mellon constituído por um conjunto de “clusters” de servidores ligados por mais de 23 quilómetros de cabos e capaz de executar 6 milhões de milhões de cálculos por segundo, algo que seriam precisos 10 mil computadores pessoais para atingir.

Quanto a novidades, Carly Fiorina mostrou sumariamente o novo Compaq Tablet PC da HP (apresentado doze dias antes em Nova Iorque) e um novo modelo dos computadores de bolso iPaq, com o sistema operativo Pocket PC mas com novas funcionalidades e bastante menos espesso.

Entre as outras — poucas — novidades apresentadas neste primeiro dia da Comdex de Outono, salientou-se um relógio de pulso que é também um organizador pessoal (PDA) baseado no sistema operativo PalmOS, da Palm Computing (mas hoje licenciado por empresa derivada, de seu nome PalmSource Inc.). Capaz de correr todas as aplicações escritas para o PalmOS, o Wrist PDA tem 2 megabytes de memória, comunica por infravermelhos com outros dispositivos dispõe dos programas mais usados nos Palm: Address Book, Date Book, Memo Pad, To Do List e calculadora.

A BenQ, por seu lado, mostrou os novos monitores de cristais líquidos e matriz activa de 15 polegadas mas com 16 milissegundos de tempo de resposta. Quase todos os monitores concorrentes neste segmento apresentam este tempo na ordem dos 25 milissegundos. Graças a este progresso no tempo de resposta, o BenQ FP591 proporciona, na reprodução de filmes e de vídeo, uma média de 62 “frames” por segundo — o que lhes confere maior rigor e realismo na passagem de filmes de acção ou de animação. E porque a BenQ pretendeu tornar este seu novo monitor mais versátil e “inteligente”, ele dispõe de uma ranhura de entrada para cartões CompactFlash, permitindo aos utilizadores visualizarem directamente as suas fotos digitais sem que tenham que ter as respectivas “drives” e adaptadores instaladas nos seus computadores.

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