Celorico de Basto contesta dados do INE apurados nos censos na sede do concelho

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O autarca Joaquim Mota e Silva teme que o concelho seja prejudicado no acesso a financiamento do Estado e da Europa pr PAULO RICCA

A Câmara de Celorico de Basto informou ter contestado, junto do Instituto Nacional de Estatística (INE), os dados apurados, na sede do concelho, no âmbito dos Censos 2021, observando uma “inexplicável” diminuição da população e pedindo uma “recontagem independente”. “O município de Celorico de Basto comunicou ao INE uma contestação aos dados preliminares dos Censos 2021. Na base desta contestação está uma inexplicável diminuição da população na união de freguesias que integra a sede do concelho”, lê-se num comunicado enviado à agência Lusa.

Entre os Censos de 2011 e 2021, na União de Freguesias de Britelo, Gémeos e Ourilhe ocorreu um decréscimo de 240 habitantes (3.670 em 2011 e 3.430 em 2021), segundo dados oficiais. Contudo, para aquela autarquia, os elementos apurados pelo Instituto Nacional de Estatística contrariam “todos os indicadores de licenciamento de habitações” e não traduzem o “expectável aumento” da população nesta unidade territorial. O município minhoto acentua que o parque habitacional na freguesia sede do concelho “aumentou 16% nos últimos 10 anos”, onde ocorreu “um enorme aumento da dinâmica industrial, comercial, turismo e serviços”.

“Nos últimos anos, esta união de freguesias tem verificado níveis de construção recorde, com uma enorme procura de habitação”, reforça a Câmara de Celorico de Basto, que critica a forma como foi realizado o processo de recolha de dados: “O processo foi mal dirigido nesta união de freguesias, com uma notória falha na aplicação de meios no terreno para realizar uma contagem real, existindo um elevado número de pessoas que afirmam não terem sido contactadas pela equipa dos censos”.

A edilidade observa, por outro lado, que, “tendo em conta a dinâmica de crescimento registada em todos os indicadores”, se estima que a população seja de cerca de 4.000 habitantes, em linha com “as projecções estimadas anteriormente pelo INE”, ou seja, mais cerca de 500 pessoas do que as apuradas no censos deste ano. Para Joaquim Mota e Silva, presidente da autarquia, citado no comunicado, “este é um assunto da maior importância, indicando haver “motivos mais do que suficientes para duvidar do rigor do processo e dos números que foram comunicados”. O autarca recorda que um número de habitantes que não corresponda à realidade prejudicará o município, por ser com base nesses indicadores que são atribuídas verbas nacionais e da União Europeia.

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