Pai constrói um exoesqueleto para ajudar o filho em cadeira de rodas a andar

“Antes, precisava de alguém para me ajudar a andar... Isto faz-me sentir independente”, disse Oscar Constanza, um adolescente com uma doença neurológica que o impede de andar.

Jean-Louis Constanza
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Jean-Louis e Oscar Reuters/CHRISTIAN HARTMANN
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Oscar Constanza Reuters/CHRISTIAN HARTMANN
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Kevin Piette REUTERS/Sarah Meyssonnier
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Kevin Piette REUTERS/Sarah Meyssonnier
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Kevin Piette REUTERS/Sarah Meyssonnier

“Robot, levanta-te!” Oscar Constanza, de 16 anos, dá a ordem e, devagar, mas com segurança, uma grande estrutura amarrada ao seu corpo levanta-o e ele começa a andar. Preso aos ombros, peito, cintura, joelhos e pés, o exoesqueleto permite a Oscar — que tem uma doença genética neurológica que faz com que os seus nervos não enviem sinais suficientes às suas pernas — andar pela sala e virar-se.

“Antes, precisava de alguém para me ajudar a andar... Isto faz-me sentir independente”, disse Oscar à Reuters, quanto o pai, Jean-Louis Constanza, dos co-fundadores da empresa que produz o exoesqueleto, assiste. 

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REUTERS/Sarah Meyssonnier

“Um dia, o Oscar disse-me: “Pai, tu “és um engenheiro de robótica, porque é que não fazes um robot que nos permita andar?”, recorda Jean-Louis, entrevistado na sede da empresa Wandercraft, em Paris. “Daqui a dez anos não vão existir ou vão existir muito menos cadeiras de rodas”, diz. 

Por todo o mundo, outras empresas estão também a fabricar exoesqueletos, competindo para os tornar leves e funcionais. Algumas estão concentradas em ajudar as pessoas com deficiência a andar, outras estão focadas noutro tipo de aplicações, incluindo diminuir o cansaço entre os trabalhadores de fábricas que passam os dias de pé.

O exosqueleto da Wandercraft, uma estrutura exterior que apoia, mas também simula o movimento do corpo, já foi vendido a dezenas de hospitais em França, Luxemburgo e Estados Unidos, por cerca de 150 mil euros (176 mil dólares) cada, disse Constanza.

Ainda não pode ser comprado por particulares para o quotidiano  esta é a fase seguinte em que a empresa está a trabalhar. Um esqueleto pessoal precisaria de ser muito mais leve, segundo os engenheiros da Wandercraft.

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Kevin Piette, de 33 anos REUTERS/Sarah Meyssonnier

Mesmo à saída de Paris, Kevin Piette, de 33 anos, que perdeu a capacidade de andar num acidente de bicicleta há dez anos, experimenta um no seu apartamento, manobrando um controlador remoto. “Acaba por ser bastante semelhante: em vez de ter a informação a ir do cérebro para as pernas, vai do controlador remoto para as pernas”, disse à Reuters, antes de fazer o seu jantar e andar com ele da cozinha para a sala de estar.

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