O prémio mais importante de Cannes está a cargo da suíça Chopard e é feito de ouro ético

A marca de luxo suíça, responsável pela criação da Palma de Ouro, tem procurado abranger uma produção cada vez mais responsável no decorrer da última década.

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Depois de sofrer várias alterações ao longo dos anos, passando pela mão de joalheiros como Lucienne Lazon e Thierry de Bourqueney, a Palma de Ouro tomou a sua forma final em 1998, tendo sido projectada pela co-presidente e directora criativa da Chopard, a alemã Caroline Scheufele. Desde 2014, porém, aquela que é a estatueta mais cobiçada do cinema em festivais europeus passou a ser fabricada a partir de ouro ético, tornando-se o único troféu da sétima arte a alcançar esse feito.

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Depois de sofrer várias alterações ao longo dos anos, passando pela mão de joalheiros como Lucienne Lazon e Thierry de Bourqueney, a Palma de Ouro tomou a sua forma final em 1998, tendo sido projectada pela co-presidente e directora criativa da Chopard, a alemã Caroline Scheufele. Desde 2014, porém, aquela que é a estatueta mais cobiçada do cinema em festivais europeus passou a ser fabricada a partir de ouro ético, tornando-se o único troféu da sétima arte a alcançar esse feito.

Os seus traços são-nos hoje familiares. Esculpida à mão, e numa referência à famosa avenida Boulevard de la Croisette, em Cannes, e ao brasão da cidade francesa, a Palma de Ouro tem um total de 19 folhas em ouro amarelo, que repousam “sobre uma almofada de cristal de rocha”, como descreve a própria instituição que a cria. Parceira oficial do evento que abriga a estatueta, a marca de luxo Chopard elevou-a a outros níveis ao garantir-lhe uma certificação Fairmined nos últimos sete anos, “um selo de garantia que certifica o ouro de organizações artesanais e mineiras responsáveis e de pequena escala que cumprem os principais padrões mundiais para práticas responsáveis”, lê-se no site da iniciativa, posteriormente aproveitado para a peça em questão.

Contudo, o compromisso da empresa de luxo com as preocupações sociais não terminou por aí. Foi há dois anos, em Julho de 2018, que a marca suíça alargou a decisão às suas restantes produções, optando por apenas recorrer a ouro 100% ético daí em diante em todas as suas peças. Além disso, desde 2010 que a Chopard é certificada pelo Responsible Jewellery Councial, autoridade líder na indústria de jóias e relógios que trabalha para criar uma cadeia de abastecimento sustentável.

Além do prestigioso prémio, a maison fabrica também os restantes troféus entregues durante o Festival de Cannes, entre os quais os prémios de melhor actriz, actor, realizador e argumento, além do Grande Prémio, do Prémio do Júri, da Palma de Ouro de curta-metragem e da Câmara de Ouro. Talvez mais impressionante ainda seja o facto de uma das estatuetas concedidas por estes dias ser nomeada em homenagem à marca suíça, que o estabeleceu em 2001. Assim, o Troféu Chopard, entregue todos os anos, tem como objectivo distinguir jovens actores em ascensão, que constituem o futuro da sétima arte.

A 74.ª edição do Festival de Cannes realiza-se até dia 17 deste mês. A equipa de jurados conta com nomes como Spike Lee, presidente do júri, a quem se juntam a realizadora francesa Mati Diop, a cantora canadiana Mylène Farmer, a actriz norte-americana Maggie Gyllenhaal, a realizadora austríaca Jessica Hausner, a actriz francesa Mélanie Laurent, o realizador brasileiro Kleber Mendonça Filho, o actor francês Tahar Rahim e o actor sul-coreano Song Kang-ho. Em 2020, após várias hesitações, o festival teve apenas uma edição condensada de três dias, no final de Outubro, em consequência da pandemia de covid-19.