KISMIF, a conferência que é concertos, filmes e exposições — mas sobretudo punk — arranca esta segunda-feira no Porto

Keep it Simple Make it Fast (KISMIF) existe desde 2014 e reúne críticos, músicos, académicos, artistas e o público que quiser celebrar e pensar as culturas Do It Yourself e, este ano, os desafios globais e a pandemia.

Foto
NELSON GARRIDO

Keep it Simple Make it Fast ou KISMIF é a conferência internacional que esta segunda-feira arranca entre o Porto e as várias partes do mundo da cultura Do it Yourself (faça você mesmo, DIY) que toca, focada nas subculturas, arte urbana e numa certa filosofia punk rock. Na edição deste ano, apesar da pandemia, conseguem levar-se ao palco concertos e DJ sets, ver filmes e pensar sobre a cena underground “num contexto global de precariedade e incerteza” — é essa a proposta dos investigadores Paula Guerra e Andy Bennett. O homem tigre Paulo Furtado dá uma conferências sobre a covid-19 e caminhos alternativos, o punk britânico, a história feminina dos Beatles ou a música Afro-portuguesa estão sob análise e há concertos dos Sunflowers ou Tó Trips.

O KISMIF existe desde 2014 e regressa ao Porto espalhando-se este ano por espaços na Casa da Música, Plano B, Universidade do Porto, Casa Comum ou Teatro Rivoli. É lá, por exemplo, que passam a partir desta segunda-feira filmes como Um Punk Chamado Ribas, sobre João Ribas dos históricos Censurados e Tara Perdida e realizado por Paulo Antunes (dia 6 às 20h30 no Rivoli), Bass Culture, com Mykaell Riley (dia 7 à mesma hora no Rivoli) e Ela é Uma Música, realizado por Francisca Marvão e sobre as mulheres no rock português (dia 9, às 18h no mesmo Rivoli). Mas também Ama Romanta - Uma Utopia que Fazia Discos, de Carlos Mendes e Vasco Bação, que será exibido no Salão Nobre da Reitoria da Universidade do Porto na noite desta segunda-feira às 21h.

O evento, que mistura actividades culturais com conferências, fazendo cruzar o mundo académico e a prática artística, visa “debater e partilhar informação sobre culturas underground e práticas DIY, artes urbanas e outros temas relacionados”, diz o programa, sendo “o único congresso do mundo que analisa a teoria e a prática” destas actividades. Desde 2014 já se centrou em temas como o género ou a globalização, sendo que este ano vai debater os desafios globais para estas culturas.

Será na Casa da Música que as conferências terão lugar: é lá que na quarta-feira John Street perguntará “Can a song change the world? Protest music as political action” ou que Matthew Worley apresenta “Whip In My Valise: British Punk and the Marquis de Sade, c. 1975–85”. O Reino Unido continua em análise com conferências sobre uma fanzine punk ou uma história feminina dos Beatles (por Christine Feldman-Barrett), voltando Paula Guerra às fanzines, desta feita às fanzines queer e feministas, em colaboração com Laura Lopez Casado. É no mesmo dia que Paulo Furtado, aliás Legendary Tigerman entre outras encarnações rock, falará sobre “Covid and other roads to walk” (é um de vários conferencistas ou sessões paralelas em que o impacto na criatividade underground da pandemia é abordado).

Esta segunda-feira às 19h é inaugurada a exposição Up Yours! Tokyo Punk & Japanarchy Today, fotografia de Chris Low sobre a cena underground punk da capital japonesa, bem como uma documentação do mesmo autor da cultura de rua de Londres, Los Angeles e Tóquio — ambas estão na Casa Comum e são de entrada livre. Entre as exposições há ainda Materiais Inflamáveis: Culturas de resistência, média alternativos e fanzines (1982-2021), de Paula Guerra e Pedro Quintela no Gabinete Gráfico da Câmara do Porto, ou Mackintóxico, de Tó Trips no Mercado Municipal de Matosinhos. O KISMIF 2021 decorre até dia 10.

Sugerir correcção
Comentar