IHRU despeja 11 famílias de casas ocupadas no centro de Gaia

Há nove anos, vários agregados apropriaram-se de casas vazias no Bairro de Cabo-Mor, em Mafamude, por não terem alternativa habitacional. Agora, têm ordem do IHRU para sair. Câmara dará “todo o apoio ao IHRU e ao tribunal” para reposição da legalidade.

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Nelson Garrido

Antes de, há cinco anos, ocupar uma das habitações que estavam livres no Bairro de Cabo-Mor, em Mafamude, no centro de Vila Nova de Gaia, Rute Nunes sentia-se como um caracol, sempre com a casa às costas. “Onde eu fosse tinha de levar a minha casa, senão estava desgraçada”, conta ao PÚBLICO. Em 2015, saída da prisão em liberdade condicional e com uma filha bebé, começou a tentar reconstruir a sua vida. Esteve temporariamente em casa da mãe, pediu ajuda ao Instituto de Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU) e foi morar para casa de um vizinho “por favor”. Teve de sair quando o vizinho foi preso e ficou sem casa. Andou cerca de um ano a viver “como uma bola de pingue-pongue” — saltava de casa em casa, de favor em favor, e ia à mãe quando queria tomar banho, comer ou lavar a roupa. “Isso não dava estabilidade à minha filha.”

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