Nick Kyrgios continua igual a si próprio

Vitória em cinco sets do australiano diante de Ugo Humbert foi um dos pontos altos da primeira ronda do torneio de Wimbledon.

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Nick Kyrgios Reuters/PAUL CHILDS

Nick Kyrgios vive bem com a fama de “bad boy” do ténis mundial e nem por isso deixa de proporcionar bons espectáculos sempre que está motivado. Voltar a jogar em Wimbledon foi a razão principal para regressar à competição após quatro meses de ausência e voltar a demonstrar a qualidade do seu ténis. Alguns dias de preparação bastaram ao australiano para exibir-se a grande nível na primeira ronda de Wimbledon diante de Ugo Humbert, um dos tenistas em melhor forma na actualidade

“Ouvi muitas coisas, que era incapaz de sair do sofá e vir competir a este nível… Conheço o meu jogo, sei como jogar em relva, não sou medricas, não tenho medo de nenhum adversário, se acreditar e estiver bem mentalmente, sei do que sou capaz; jogo ténis desde os sete anos”, lembrou Kyrgios, actual 60.º no ranking mundial, depois de vencer, por 6-4, 4-6, 3-6, 6-1 e 9-7, o francês Humbert (25.º), que há duas semanas tinha conquistado o seu terceiro título e primeiro em relva, em Halle.

“Nada mau para um jogador em ‘part time’”, brincou Kyrgios mal terminou o embate de três horas e meia, interrompido às 23 horas de terça-feira, a 3-3 do quinto set, devido ao recolher obrigatório no bairro londrino onde se situa o All England Club.  Embora tenha acordado no dia seguinte com o corpo dorido, Kyrgios soube acompanhar o nível de jogo de Humbert, que chegou a estar a dois pontos da vitória (5-6, 30-30). Antes, sofreu uma queda dura, mas rapidamente se levantou. “Iria sempre continuar a jogar, nem que fosse numa só perna. Fui resiliente; vem com a idade”, frisou o australiano de 26 anos.

Na conferência de imprensa, Kyrgios admitiu as enormes expectativas para a participação em pares mistos, ao lado de Venus Williams. “Numa entrevista, perguntaram-lhe qual seria o parceiro de sonho e ela respondeu: ‘Nick Kyrgios’. Claro que é uma lenda. Vê-la a brilhar nos courts de Wimbledon, a ganhar encontros aos 41 anos… Com 41, não penso que vá conseguir bater mais alguma vez na bola”, ironizou Kyrgios. “Vínhamos a planear jogar em Grand Slams há algum tempo, mas nunca aconteceu. Não sei quanto tempo é que ela irá continuar a jogar, por isso, quero ter esta experiência de jogar com uma das irmãs Williams. Talvez ela me possa ensinar a ter a sua calma, aquela energia tipo água. Ela é uma verdadeira lenda do desporto”, disse Kyrgios.

Menos tempo levou Novak Djokovic para aceder à terceira ronda. O líder do ranking masculino não enfrentou qualquer break-point durante a hora e 41 minutos que esteve no court central, onde derrotou, com um triplo 6-3, o sul-africano Kevin Anderson (102.º).

Pedro Sousa (121.º) foi outra vítima da relva escorregadia, logo no set inicial diante do italiano Lorenzo Sonego (27.º), mas reagiu bem na segunda partida, em que serviu a 5-4, só que não concretizou o set-point e acabou eliminado em três sets: 6-2, 7-5 e 6-0.

Na prova feminina, Aryna Sabalenka (4.ª) qualificou-se pela primeira vez para a terceira ronda de Wimbledon, depois de bater a wildcard britânica Katie Boulter (219.ª), por 4-6, 6-3 e 6-3. Iga Swiatek (9.ª), Garbiñe Muguruza (12.ª) e Victoria Azarenka (14.ª) seguiram igualmente em frente.

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