UEFA justifica número elevado de penáltis com o uso eficaz do VAR

Até agora, foram marcadas 14 grandes penalidades no Europeu. Videoárbitro já contribuiu para rever um total de 12 decisões.

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LUSA/Tibor Illyes / POOL

As coisas podem ser postas desta forma: na fase de grupos do Euro 2020 já foram assinaladas mais grandes penalidades do que em todo o Campeonato da Europa de 2016. Foram 14 penáltis até ao momento, um número que a UEFA justifica com o argumento da utilização eficaz do videoárbitro (VAR).

“Agora há muito mais precisão [na análise], sem dúvida, porque antes do projecto do VAR havia muitas faltas dentro da área que não eram detectadas pelos árbitros”, assinalou Roberto Rosetti, o responsável máximo pela arbitragem na UEFA. “Agora, é impossível falhar em lances como um pisão claro no pé dentro da área, porque para o VAR é muito fácil identificar a infracção”.

Esta questão em particular, a de um jogador que pisa um adversário, tem sido alvo de debate no torneio, mas o antigo árbitro italiano insiste que os lances deste tipo devem ser sancionados. “O penálti é muito importante no futebol, é um momento sério. Não gostamos de penáltis ‘macios’, queremos penáltis evidentes. Queremos ver uma acção clara do defesa”, destacou. 

De resto, usou como exemplo um lance do jogo Inglaterra-Escócia em que Raheem Sterling foi pisado ao de leve e a infracção não foi assinalada, por ter sido considerado que se tratou de um contacto marginal.

VAR: 179 intervenções

Numa espécie de balanço provisório da prova, Roberto Rosetti deixou uma mensagem clara de elogio ao VAR, destacando que o entendimento da UEFA é que tem sido mais rápido e menos intrusivo do que noutras competições.

“Conhecemos bem o potencial, mas também os limites do projecto. Sabemos que não é fácil. Sabemos o que já aconteceu nalguns países devido ao uso incorrecto do projecto”, assumiu, destacando que são necessários “pilotos de topo” para fazer voar a tecnologia. E no Euro 2020 tem havido uma inovação — um VAR exclusivamente dedicado à análise do fora-de-jogo, uma medida que a UEFA acredita que tem contribuído para acelerar a tomada de decisão.

Até agora, o sistema permitiu fazer 12 correcções de decisões (sete de forma directa e cinco através da revisão do lance no monitor), na sequência de 179 intervenções do VAR. Segundo a UEFA, as decisões tomadas pelo árbitro principal, no relvado, foram 91,6% acertadas.

“Temos de encontrar um equilíbrio (...) As leis do jogo são bastante claras. Queremos o mínimo de interferência para o máximo benefício. Queremos intervir apenas em casos de erros claros e óbvios”, anotou.

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