Jon Rahm no topo do mundo com vitória épica no Open dos EUA

Espanhol de 26 anos conquistou em San Diego o seu primeiro título no Grand Slam

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Jon Rahm é o primeiro espanhol a vencer o Open dos EUA © PGA Tour

Foi uma vitória épica, a de Jon Rahm no 121.º Open dos EUA no campo Sul de Torrey Pines, em San Diego, Califórnia. Duas semanas depois de ter sido forçado a desistir – por ter testado positivo para covid-19 – da defesa do título no Memorial Tournament quando tinha uma vantagem de seis pancadas para a última volta, o espanhol de 26 anos assinalou o regresso às competições conquistando o seu primeiro triunfo no Grand Slam e tornando-se o novo n.º 1 do ranking mundial, no que destronou o norte-americano Dustin Johnson. 

“Eu acredito que com os maiores contratempos podem vir alguns dos maiores sucessos – e foi por isso que me mantive tão optimista”, disse Rahm. “Foi por isso que continuei a dizer a Kelley [a sua mulher], quando ela ficou arrasada com o que aconteceu, e à minha família, a todos em meu redor, que algo de bom iria acontecer. Não sabia o quê, mas algo de bom iria acontecer. Tive esse sentimento durante esta última volta”, acrescentou. 

Partindo para a última volta empatado no sexto lugar com Scottie Scheffler e Matthew Wolff, a três shots dos líderes Louis Ooshtuizen, Mackenzie Hughes e Russel Henley, Rahm concluiu-a com um 67 (-4) que lhe deu um total de 278 (-6) e a vitória com a margem mínima sobre o sul-africano Louis Oosthuizen, que repetiu o segundo lugar do major antecedente, o PGA Championship em Kiawah Island ganho por Phil Mickelson aos 50 anos. É o primeiro espanhol a vencer o Open dos EUA. 

Começar bem e acabar bem. Foi assim a última volta de Rahm, com dois birdies a abrir e dois birdies a fechar, pelo meio 1 birdie, 1 bogey e 12 pares. Quando finalizou, com dois putts fantásticos nos buracos 17 e 18, era o comandante na clubhouse e ficou a aguardar a chegada de Oosthuizen, que estava no 16 e era o único que ainda o poderia ultrapassar. Mas o sul-africano de 36 anos hipotecou as suas hipóteses ao falhar a saída no 17 à esquerda, para bogey – o birdie no 18, para um 71 (Par), só lhe permitiu reforçar o segundo lugar com 279 (-5). 

Além da classe de Jon Rahm, esta última volta ficou marcada pelo descalabro de nomes notáveis nos últimos 9 buracos, quando até aí o leaderboard se mostrara compacto e com muitos candidatos. O maior colapso foi mesmo protagonizado pelo homem que defendia o título, Bryson DeChambeau. Depois de concluir a primeira metade do campo com 33 (-2), o californiano precisou de 44 (+8) na segunda (2 bogeys, 1 duplo bogey e um quádruplo bogey), acabando com um 77 que o relegou para o grupo dos 26.ºs, com 287 (+3). 

Os lugares subsequentes aos dois primeiros foram assim ocupados por jogadores que vieram de trás: Harris English, com 68 (-3), subiu 11 posições para ser 3.º, com 281 (-3); o italiano Guido Migliozi, grande revelação do torneio, também fez 68 escalando 17 posições para partilhar o quarto lugar com Brooks Koepka (69), o campeão de 2017 e 2018, ambos com 282 (-2). Ao longo de toda a semana, ninguém fez menos que 67 numa volta. 

A vitória de Jon Rahm veio tanto mais carregada de simbolismo quanto foi em Torrey Pines, em Janeiro de 2017, por ocasião do Farmers Insurance, que ele alcançou o seu primeiro êxito no PGA Tour. Foi também aqui o lugar que escolheu para, um ano depois, pedir Kelley em casamento. Tiveram o seu primeiro filho (Kepa Cahill) em Abril e a vitória de ontem foi obtida no Dia do Pai nos EUA. 

“Quem segue o golfe, já me ouviu dizer um milhão de vezes o quanto eu amo este lugar. É minha cidade favorita há muito tempo. Era a cidade favorita da minha mulher antes de nos conhecermos. É muito difícil de acreditar que esta história tenha acabado  e tenha acabado tão bem. Quase parece que é um filme que está a chegar ao fim e eu vou acordar em breve. Adoro Torrey Pines e Torrey Pines adora-me.” 

O Open dos EUA foi a sua sexta vitória no PGA Tour a primeira na época de 2020-2021, uma época em que havia já registado 10 top-10’s. Valeu-lhe um prémio de 2,2 milhões de dólares e... a subida ao topo do mundo.

 

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