Treinadores equiparados aos jogadores no plano disciplinar

Medida, aprovada numa longa reunião da Liga, terá de ser ratificada pela AG da FPF. “Caso Palhinha” resolvido e clubes terão acesso a comunicações dos árbitros.

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LUSA/JOSÉ SENA GOULÃO

A Assembleia-Geral Extraordinária da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (FPF), que decorreu, nesta quarta-feira, na sede do organismo, no Porto, aprovou todas as propostas de alteração aos regulamentos disciplinar, de competições e de arbitragem, estando as de âmbito disciplinar dependentes de ratificação pela Assembleia Geral da Federação Portuguesa de Futebol (FPF). 

De entre um leque de medidas que abrangem a penalização dos treinadores nos mesmos moldes das sanções aplicadas aos jogadores, bem como da salvaguarda de novos “casos Palhinha”, destaque para uma proposta apresentada pelo Sporting, referente ao acesso, por parte dos clubes, no espaço de 24 horas, às gravações dos sistemas de arbitragem, desde que solicitado por um arguido envolvido directamente nas conversas, exceptuando as exclusivamente tidas entre árbitro e VAR.

No Regulamento de Arbitragem foi ainda aprovado o aumento do quadro de árbitros de primeira categoria de 21 para 24.

Ausentes deste debate estiveram Marítimo e o despromovido Nacional da Madeira, o que não impediu que fosse aprovado, a partir da época 2021-22, a criação de um play-off de acesso à II Liga,  entre o clube imediatamente acima dos despromovidos à Liga 3 e o terceiro classificado do novo escalão do futebol não profissional.

Mas, para além dos treinadores, que passam a cumprir um jogo de suspensão quando completarem séries de cartões amarelos nos moldes existentes para os futebolistas (ou após uma expulsão), de salientar a reformulação do Artigo 164.º do Regulamento Disciplinar, ficando definido que um jogador que tenha apresentado recurso de suspensão de um cartão amarelo que esteja no final de uma série de cinco - tal como se verificou com o médio sportinguista João Palhinha -, cumprirá a suspensão desse mesmo jogo imediatamente após a exibição de novo cartão amarelo.

Nove horas depois do início da assembleia, o presidente da Liga, Pedro Proença, fez uma breve comunicação para assinalar o final dos jogos com estádios vazios. Num minuto, o dirigente mostrou-se simultaneamente feliz pelo anúncio do regresso, com restrições, dos adeptos a partir do dia 14, e crítico quanto ao timing escolhido: “Direi que peca por tardio”, notou, enfatizando o papel dos dirigentes desportivos e o trabalho desenvolvido ao longo “de vários meses”, sem que se percebesse o tratamento “discriminatório” aplicado ao futebol profissional. 

Pedro Proença foi mais longe ao dizer que depois daquilo a que se assistiu na final da Liga dos Campeões, seria “incompreensível” continuar a “não haver público nos estádios”. O presidente da Liga pretende um início de época diferente e deixou a promessa de pugnar pelo regresso incondicional dos adeptos às bancadas.
 

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