Portugueses nos campos de concentração nazis: pequenos crimes, destinos trágicos

Alguns portugueses identificados como “presos políticos” nos campos de concentração nazis foram, afinal, deportados depois de serem acusados de praticar crimes menores, como roubar uma bicicleta, roubar legumes ou matar uma vaca. Tiveram o mesmo destino que membros da Resistência como João António Fernandes, que regressou a Portugal para constituir família e morreu na sua aldeia natal.

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Bilhete de identidade de Aníbal dos Santos com os retratos das filhas ARCHIVES DÉPARTEMENTALES DE L’ISÈRE

A noite foi de vendaval e o caminho sinuoso até à aldeia de Lombadinha, em Gondoriz, Arcos de Valdevez, está cheio de ramos de árvores atirados para o chão pela força do vento. Há estrada até lá, mas não depois. A aldeia é o fim do caminho, e para lá dela erguem-se as montanhas graníticas do Parque Nacional da Peneda-Gerês. Foi numa casa agora vazia no meio da aldeia que João António Fernandes refez uma vida portuguesa, depois de ter emigrado para França com apenas 18 anos, de se ter envolvido com a Resistência e de ter passado por três campos de concentração durante a Segunda Guerra Mundial. E é em Gondoriz que este homem, que por cá casou e teve dois filhos, está enterrado, junto da mulher.

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