Clubes da I Liga querem resolver problemas do futebol “sem intermediários”

Encontro entre representantes das 18 equipas na Mealhada resultou numa posição conjunta.

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Nuno Ferreira Santos

Dias depois de o Vizela ter confirmado a subida de escalão, todos os representantes dos clubes da I Liga estiveram reunidos, na Mealhada, para tomarem uma posição conjunta sobre a forma de ultrapassar as dificuldades que o futebol atravessa. E decidiram iniciar um diálogo com o Governo, “sem intermediários”.

Dando conta de mudanças significativas no sector, em matérias que “vão do enquadramento jurídico e fiscal, passando pela apropriação por terceiros da comercialização dos direitos televisivos até à completa ausência de apoios” relacionados com o impacto da covid-19, os emblemas do primeiro escalão decidiram que é tempo de actuar.

“Independentemente da vontade e dos esforços tanto da LPFP, da FPF ou mesmo da Secretaria de Estado da Juventude e do Desporto, o resultado final é manifestamente negativo”, escrevem, em comunicado. “É chegado o momento de as Sociedades Desportivas se entenderem em matérias estruturantes e que afectam todo o sector, sem intermediários e sem a intervenção de entidades que ultrapassam os seus desígnios e que, por vezes, contra elas concorrem”.

Esta posição surge pouco depois de um outro comunicado da LPFP (Liga Portuguesa de Futebol Profissional), a dar conta do agendamento de uma Assembleia-Geral (AG) extraordinária, marcada para 2 de Junho, para “apresentação, discussão e votação de proposta de carta aberta ao Governo, traduzindo o descontentamento da Liga Portugal e das sociedades desportivas, pela discriminação de que o futebol profissional tem sido objecto”.

Neste encontro informal entre os representantes dos 18 clubes (com os líderes do Sporting, FC Porto e Benfica à cabeça), porém, o discurso foi no sentido de assumirem as rédeas das negociações, independentemente da actuação mais formal dos organismos que gerem o futebol português. “Mediante um entendimento alcançado entre todos nesta data, quer nos desafios que se colocam, quer nas soluções que importa implementar, os Clubes irão procurar estabelecer um diálogo construtivo com os principais stakeholders do sector e, de forma directa, com o Governo nos aspectos a ele respeitantes”.

Entre as principais (e mais urgentes) preocupações dos emblemas que compõem a I Liga nacional estão tópicos como o acesso de público aos recintos desportivos, os quadros competitivos, a centralização da comercialização dos direitos televisivos, a distribuição das receitas das apostas desportivas, os apoios ao sector ou a fiscalidade.

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