Resolução do problema para o FC Porto deixa o Rio Ave em apuros

Os “dragões” venceram em Vila do Conde e garantiram a entrada directa na fase de grupos da Liga dos Campeões. Os rioavistas caíram para a posição de play-off.

Foto
LUSA/ESTELA SILVA

Para o FC Porto, as contas estão feitas e a última jornada será uma mera formalidade; para o Rio Ave, o último jogo do campeonato será uma “final”, em que uma vitória pode não chegar. Num jogo de nervos disputado em Vila do Conde, os “dragões” foram mais competentes na finalização e, com golos de Toni Martínez, Luis Díaz e Sérgio Oliveira na segunda parte, garantiram uma vitória (0-3) que assegura o segundo lugar no campeonato e a entrada directa na fase de grupos da Liga dos Campeões. O Rio Ave, que não ganha há 11 jogos, caiu para o lugar de play-off e só tem a garantia de que não desce se vencer, na Madeira, o Nacional na última ronda.

Ainda antes de entrarem no relvado, o FC Porto e, principalmente, o Rio Ave receberam notícias muito pouco agradáveis para os seus objectivos. Do lado dos portistas, a vitória do Benfica no derby lisboeta obrigava os “dragões” a vencerem para garantirem de imediato o acesso directo à Liga dos Campeões, mas quem estava numa posição muito complicada eram os rio-avistas.

Se o FC Porto ficaria sempre a depender de si na última jornada para garantir o segundo lugar, qualquer que fosse o resultado em Vila do Conde, o Rio Ave, após as vitórias do Farense e do Boavista, corria o risco, que acabou por se concretizar, de viajar para o Funchal, para defrontar o Nacional, a não depender apenas de si para garantir a manutenção sem disputar o play-off.

Numa espiral de resultados negativos problemática - dez jornadas consecutivas sem ganhar -, Miguel Cardoso apostou de início numa equipa de contenção (cinco defesas), com um meio-campo de combate (Filipe Augusto e Tarantini) e três setas apontadas à baliza de Marchesín (Camacho, Mané e Dala).

Menos pressionado, Sérgio Conceição foi forçado a mudar na defesa (Mbemba, castigado, deu lugar a Diogo Leite), mas, após a boa prestação “azul e branca” na goleada sobre o Farense, premiou os restantes dez jogadores com novo lugar no “onze”. As novidades estavam no banco, onde havia pela primeira vez nesta época lugar para Marcano, mas já não havia espaço para Marega.

O jogo mostrou que as duas equipas acusaram a pressão colocada pela concorrência. Na primeira parte, apesar de o domínio territorial ter sido dos portistas, foi o Rio Ave que teve as melhores oportunidades, sempre com Carlos Mané no papel de protagonista, mas o avançado formado no Sporting mostrou pouca eficácia, aos 12’ e 37’, o que permitiu que o FC Porto fosse para o balneário corrigir a estratégia e resolver o jogo na segunda parte.

Apesar de ter pertencido a Mané, mais uma vez, a primeira oportunidade após o recomeço, os “dragões” mantiveram o seu jogo paciente e, numa dúzia de minutos, colocaram a equipa de Vila do Conde KO.

A atravessar um bom momento - três golos nas últimas quatro jornadas -, Toni Martínez começou a resolver o problema para Conceição aos 56’, após uma boa jogada de João Mário, e, dois minutos depois, Taremi fez a décima assistência no campeonato e ofereceu a Luis Díaz o 2-0.

Num abrir e fechar de olhos, o Rio Ave ficava quase sem margem de manobra, mas as poucas esperanças da equipa de Miguel Cardoso morreram nos pés de Sérgio Oliveira: após substituir Taremi, o médio marcou na primeira vez em que tocou na bola.

Com o jogo resolvido, Sérgio Conceição deu a Ivan Marcano os primeiros minutos esta época na equipa principal do FC Porto - o espanhol, que sofreu uma lesão grave, apenas tinha jogado na equipa B -, perante um Rio Ave que terá quatro dias para preparar o jogo mais importante da temporada: se não ganharem ao Nacional, os vila-condenses não têm hipóteses de escapar ao play-off e podem ser ultrapassados pelo Farense, caindo para um dos dois lugares de despromoção.

Sugerir correcção
Ler 1 comentários