Sporting resolve no final e só uma hecatombe pode impedir o título

Líder do campeonato repõe vantagem de seis pontos sobre o FC Porto, graças aos golos de Feddal e Jovane. Desde que a vitória vale três pontos este é o melhor Sporting à 30.ª jornada.

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LUSA/MARIO CRUZ

Após muito sofrimento, o Sporting deu neste sábado um passo de gigante para o título, ao bater o Nacional, por 2-0. O primeiro golo surgiu apenas a sete minutos do fim e, desta vez, foram Jovane Cabral e Zouhair Feddal os heróis providenciais da equipa de Alvalade. Os “leões” voltaram a colocar em seis pontos a diferença para o FC Porto e nunca somaram tantos desde que a vitória vale três.

Apenas por quatro ocasiões desde a temporada de 1995-96, os lisboetas tinham alcançado ou superado a bitola dos 76 pontos. E sempre no final de uma época desportiva com 34 rondas. O recorde foi estabelecido no final da época 2015-16, com 86 pontos (74 ao final da 30.ª jornada), tendo somado 78 em 2017-18 (71 em 30 partidas). Na temporada do penúltimo título, em 1999-00, amealharam 77 (68 antes das últimas quatro rondas) e 76 em 2014-15 (tinham 66 antes das últimas quatro rondas).

Mas em nenhuma destas ocasiões, incluindo as das conquistas dos últimos dois campeonatos (1999-00 e 2001-02), tiveram uma tão dilatada vantagem para o segundo classificado. Os sportinguistas começam a crer mesmo que este será o ano do fim de um longo jejum e algumas centenas de adeptos foram a Alvalade apoiar a equipa antes do jogo, mesmo quebrando as regras de distanciamento social. Depois foi seguir a partida na televisão e sofrer durante 83 longos minutos, até ao cabeceamento certeiro de Feddal. 

Pela frente tiveram o último classificado da Liga, que ainda luta pela manutenção e vendeu bem cara a derrota. Só cedeu, numa altura em que já estava reduzido a dez jogadores, pela expulsão do médio nigeriano Alhassan (67’), por acumulação de cartões amarelos.

A agressividade e muitas faltas foram a grande arma dos madeirenses para tentarem pescar, pelo menos, um ponto em Lisboa. Com pressão alta, marcação individual impiedosa, foram impedindo o adversário de construir, abrandando drasticamente o ritmo da partida.

O Sporting também entrou no encontro algo nervoso, até porque apanhou um grande susto logo aos 5’, quando um tiro de Camacho esteve muito perto de resultar em golo. Com dificuldades na saída de bola em progressão, os “leões” foram recorrendo aos passes em profundidade desde a defesa, apostando na velocidade e mobilidade dos três homens da frente.

Foi assim que os lisboetas criaram os lances mais perigosos na primeira metade que, apenas por alguma infelicidade e desacerto na decisão final, não resultaram em golo. Aos 35’, o conjunto de Rúben Amorim até marcou, por Paulinho, mas foi (bem) assinalado um fora-de-jogo a Pedro Gonçalves no início da jogada.

Cedendo a bola, o Nacional foi recuando e os “leões” encerraram os primeiros 45’ com uma bola ao poste de Pedro Gonçalves, na sequência de um lance de muita insistência do ataque sportinguista.

Um novo susto na baliza “leonina” a abrir a segunda parte e as mesmas dificuldades de progressão da equipa da casa marcaram também o segundo tempo. Até que Amorim decidiu tirar da cartola Jovane Cabral, que iria dar uma nova dinâmica ao ataque dos lisboetas.

Aos 83’, quando a sua equipa já desesperava, o avançado assistiu Feddal, que desfez a igualdade com um golpe oportuno de cabeça. Depois, marcou ele próprio o segundo, de penálti, depois de ter arrancado rumo à baliza insular, sendo travado na área por Rui Correia. 

A quatro jornadas do final, está aberta uma autoestrada para o Sporting, que até poderá aumentar a vantagem na próxima ronda, quando o Benfica receber o FC Porto. Rio Ave (fora), Boavista (casa), Benfica (fora) e Marítimo (casa) são as próximas paragens dos “leões” e só uma verdadeira hecatombe poderá impedir a festa no final da época.

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