Pinto da Costa: “Nunca vi este aparato quando um polícia é agredido”

Presidente do FC Porto lamentou episódio de violência e enfatizou que Pedro Pinho não tem cargos no clube.

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LUSA/JOSE COELHO

O silêncio institucional do FC Porto acerca das agressões registadas em Moreira de Cónegos foi quebrado nesta quarta-feira. Pinto da Costa, presidente do clube, demarcou-se de Pedro Pinho e garante que não presenciou nenhum atentado à integridade física do repórter da TVI. “O que vi foi ele a querer tirar a câmara e a tapar”, afirmou, em entrevista ao Porto Canal.

Começando por deixar claro que o FC Porto “censura, rejeita e não aceita” qualquer acto de violência, Pinto da Costa sublinhou também que as reacções que se seguiram ao incidente foram, no seu entender, desproporcionadas. "O ministro da Educação já falou, o secretário de Estado falou, o presidente do PSD, todos falaram. Há polícias agredidos e ninguém fala com este aparato”, lamentou.

"Nunca vi este aparato quando um polícia é agredido. Repito, censuro qualquer tipo de violência, seja para com um jornalista, um pedreiro ou um médico. Sou contra a violência. Solidarizo-me com o senhor pelo que se passou. Estou totalmente solidário. Ele estava a tentar filmar num sítio indevidamente. Não podia estar lá, o Moreirense não o devia ter deixado estar lá e o Pedro Pinho esteve mal ao querer fazer as funções que cabiam ao Moreirense e ao delegado da Liga”, acrescentou.

Em causa, recorde-se, estiveram agressões a um repórter da TVI que filmava a saída de Pinto da Costa do estádio, no final do encontro da 29.ª jornada entre Moreirense e FC Porto. Nessa altura, o agente de jogadores Pedro Pinho acercou-se do jornalista e agrediu-o, tendo o caso sido reportado a um dos agentes da GNR presente no local.

E que relação tem o empresário com o FC Porto? “Pedro Pinho é portista, sócio e não tem nenhum cargo no FC Porto. É empresário de futebol e trabalha com muitos clubes e não só com o FC Porto. Hoje ouvi que era exclusivo do FC Porto e ouvi que tinha facturado 16 milhões em cinco anos e fiquei assustado… É totalmente mentira. Em cinco anos, facturou por serviços prestados cerca de 3,3 milhões, mas também porque meteu nos cofres do FC Porto, com o empréstimo do Casemiro, 7,5 milhões de euros”, detalhou.

Sobre o episódio de violência, em concreto, o dirigente máximo dos “dragões” assegura que não presenciou agressões físicas. "[O que aconteceu foi que] Perguntei se havia algum problema e vim-me embora. Apercebi-me depois de uma confusão e verifiquei que era o senhor Pedro Pinho. O que vi foi ele a querer tirar a câmara e a tapar”.

Ainda no rescaldo desse empate em Moreira de Cónegos, Pinto da Costa comentou o castigo de 21 dias aplicado pelo Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) a Sérgio Conceição. "Eu estou indignado, como posso não estar indignado? O treinador castigado, os jogadores com processos... E o árbitro saiu-se a rir. E o VAR? Todos viram os penáltis e o que está sentado numa poltrona não viu nenhum? O que devemos pensar?”

O FC Porto, garante, vai recorrer da decisão para o Conselho de Disciplina e o presidente dos “dragões" diz esperar “o mesmo tratamento” dado ao Sporting num caso semelhante. "Nesse caso, o plenário reuniu na sexta-feira. Fico a aguardar”, afirmou, insistindo que “Sérgio Conceição, como todos os portistas, tem o direito à indignação”.

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