Na Nigéria, jovens criam moda a partir de lixo para combater a poluição

Um grupo de jovens nigerianos deitou mãos à obra na recolha de lixo. E, em vez de o levar para o lugar de despejo, decidiu criar um Trashion Show, em que mistura lixo com moda.

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Reuters/SEUN SANNI
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Em Lagos, a megacidade e antiga capital da Nigéria, um grupo de adolescentes percorre uma massa de garrafas de plástico, recipientes de comida e sacos que bloquearam um curso de água. Usando luvas e máscaras, pegam no plástico descartado e deixam-no cair em sacos de lixo.

O seu objectivo é permitir que a água circule por este curso artificial, construído para evitar inundações no bairro de Sangotedo da cidade, ao mesmo tempo que sensibilizam para os problemas causados pelo plástico não reutilizável.

“Temos de começar agora porque daqui a alguns anos vai ser tarde demais para fazer alguma coisa”, disse Esohe Ozigbo, uma activista de 15 anos, que lidera o grupo de jovens apostado em chamar a atenção para a necessidade de abordar as questões ambientais.

Os resíduos plásticos são omnipresentes em Lagos, a capital comercial do país mais populoso de África, com uma população em torno de 21 milhões de pessoas, onde o despejo de lixo na via pública é comum.

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Para reforçar a mensagem sobre a extensão dos resíduos em Lagos, Esohe e os colegas activistas ligam o plástico a tecido para criar o vestuário que usam no seu anual Trashion Show, onde misturam lixo (trash) com moda (fashion).

O Greenfingers Wildlife Initiative, um grupo de conservação sem fins lucrativos financiado por doações, trabalha com jovens para encenar os espectáculos em centros comerciais. O objectivo é “misturar criatividade com activismo”, disse o fundador da organização, Chinedu Mogbo.

“Em vez de levar tudo talvez para um local de despejo... decidimos ajeitar as coisas e começar o Trashion Show”, explicou.

No parque de estacionamento de um centro comercial de Lagos, quem andava às compras e a ver montras, no início de Abril, pôde ver os adolescentes revestidos em sacos de compras multicoloridos, sacos de lixo e garrafas de plástico.

Esohe, que cita a activista sueca Greta Thunberg como sua inspiração, disse esperar que os espectáculos fizessem os clientes do centro comercial repensarem as suas acções. “Somos apenas adolescentes, mas estamos a tentar... fazer uma mudança no mundo”, resumiu.

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